Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2010Crônicas

‘Não menos glorioso’

Não sei nem por onde começar, mas é certo que está história não vai acabar bem para certos aficionados (vixe!) do futebol. É um álbum que se abre com uma foto das Campinas de 1860, imagine! Nossa Catedral, às 11 e 20 daquela manhã, cercada por imenso casario e ornada pelo Alecrim, é a marca da paisagem. Foi no ano em que o padre Joaquim José Vieira tomou posse como vigário. Conceição, Costa Aguiar e Treze de Maio ainda de terra.

A imagem seguinte já é do começo do século passado: o monumento ao maestro maior, num belo jardim florido freqüentado por senhoras de vestidos longos, cabelos armados, e sombrinhas, sob olhares cobiçosos de carroceiros à espera de fregueses (Nossa! Ainda existe a palavra “cobiçosos”, você viu?)

Na outra imagem, o Largo do Camões em 1897, hoje a Praça da Beneficência Portuguesa. Ano riquíssimo da nossa história, que começou triste, com a morte do cônego Scipião, em Santos, e da nossa cantora lírica Maria Monteiro, em Gênova, primeira artista brasileira a pisar os palcos da Europa. Mas fomos em frente com a inauguração de quatro escolas lendárias: os grupos escolares Francisco Glicério, Corrêa de Mello, Liceu Nossa Senhora Auxiliadora e Cesário Motta (pelos alunos do Culto à Ciência). Sem falar na abertura da Sociedade Escandinava de Leitura e no centro de diversões “Frontão Campineiro”, no Cambuí.

(Atenção senhoras “otoridades”! Campinas ganhou quatro escolas em apenas um ano. E só uma cadeia, no Bairro do Botafogo, para receber os presos do velho presídio que funcionava sob a Câmara Municipal, onde hoje está justamente a estátua do maestro. A educação deu de 4 x 1 na bandidagem em 1897. Hoje, a educação perde todo dia. Logo haverá mais presos e gente com mandado de prisão do que estudante na cidade. A propósito, quantas escolas os senhores vereadores conseguiram aprovar este ano para Campinas?)

Puts! No Teatro São Carlos, campineiros assistem à primeira exibição do “cinematógrafo”.

Esse passeio incrível continua, mas não acaba, amanhã. É que de repente, aparecem numa galeria Hnrique Felippo Matallo, José Giardini, José Trani, Luiz Bertoni, Romeo Antônio de Vito, Miguel  Grecco, Ângalo Panattoni, ASlfredo Seifert Jacoby Júnior, Pompeo de Vito, Anonio de Lucca e Vicenzo Mattalo. Sob seus retratos uma legenda impossível de ser repetida hoje: “Estes destemidos desportistas fundaram em 2 de abril de 1911 o menos idoso, mas não menos glorioso Guarani Futebol Clube”.

Pelo amor de Deus! Seo Césare Contessotto, seo Avelino do Amaral, seo Jaime, Renga! Chamem esses onze e vamos começar tudo de novo!

Pregado no poste: “Quem diria! Bugre e Macaca na zona – de rebaixamento”

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