Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2006Crônicas

Não havia

Banho melhor do que o de chuva no Taquaral.

Visão mais bela do que a do alto do Castelo.

Sombra mais gostosa do que as do Alecrim e seo Rosa.

Algazarra mais vibrante do que a do Bonde 9.

Paz mais relaxante do que a do Bosque dos Jequitibás.

Luz mais viva que a do sol no Largo da Catedral.

Ducha mais revigorante do que a das cachoeiras do Atibaia.

Vento mais refrescante do que o da esquina da Glicério com General Osório.

Brisa mais suave do que às margens do Atibaia.

Noite de luar mais mais do que na Pedreira do Chapadão.

Espetáculo de luz e som como a volta das andorinhas ao pôr-do-sol.

Quem conhecesse Campinas e campineiros mais do que o Mané Fala Ó, a Gilda, Dito Colarinho, Coronel Receba e Zé Trovão.

Repórter mais campineiro do que o Roberto Godoy.

Hora da Ave Maria sem a sirene do “Correio”, os acordes da de Gounod na PRC-9, com o padre Chiquinho, nem a oração do Khalil Filho, na Brasil, e do padre Geraldo na Cultura.

Tédio maior do que feriadão para os alunos do “Culto à Ciência”.

Restaurante mais chique que o Armorial nem pizza mais gostosa do que a do Rosário.

Professores mais rigorosos do que os do Colégio Rio Branco, mas não perdiam a ternura, jamais! (Guevara só falava. Eles faziam — porque sabiam fazer.).

Sessão gazetinha como a do Carlos Gomes, torcida maior por Happalong Cassidy nem gargalhada mais gostosa do que nos ofereciam o Gordo e o Magro, nos filmes que o Henrique de Oliveira exibia nas manhãs de domingo no Teatro Municipal.

Sanduíche mais gostoso do que o de aliche no Facca, de provolone no Ideal, de pernil no Giovanetti nem picadinho de carne com batata no Pachola – ali no Mercadão.

Palacete mais simples e bonito como o da Rua Barão Geraldo de Resende, número 1.

Missa mais concorrida do que a das onze, na Catedral, nem do que a das oito, a “das crianças”, na Matriz Velha (a Igreja do Carmo).

Sorvete mais gostoso do que o Capelli nem Coca-cola mais gelada do que a das Lojas Americanas, na Treze de Maio.

Não havia atletas mais dedicados do que Argemiro Roque, Elisabete Cândido, Odete Valentim Domingos, Conceição Jeremias,

Derby mais esperado do que Guarani e Ponte Preta.

Necessidade de mundo para quem vivia em Campinas.

Orgulho maior do quer ser campineiro.

Pregado no poste: “Quem viu, viveu”

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