Não havia
Banho melhor do que o de chuva no Taquaral.
Visão mais bela do que a do alto do Castelo.
Sombra mais gostosa do que as do Alecrim e seo Rosa.
Algazarra mais vibrante do que a do Bonde 9.
Paz mais relaxante do que a do Bosque dos Jequitibás.
Luz mais viva que a do sol no Largo da Catedral.
Ducha mais revigorante do que a das cachoeiras do Atibaia.
Vento mais refrescante do que o da esquina da Glicério com General Osório.
Brisa mais suave do que às margens do Atibaia.
Noite de luar mais mais do que na Pedreira do Chapadão.
Espetáculo de luz e som como a volta das andorinhas ao pôr-do-sol.
Quem conhecesse Campinas e campineiros mais do que o Mané Fala Ó, a Gilda, Dito Colarinho, Coronel Receba e Zé Trovão.
Repórter mais campineiro do que o Roberto Godoy.
Hora da Ave Maria sem a sirene do “Correio”, os acordes da de Gounod na PRC-9, com o padre Chiquinho, nem a oração do Khalil Filho, na Brasil, e do padre Geraldo na Cultura.
Tédio maior do que feriadão para os alunos do “Culto à Ciência”.
Restaurante mais chique que o Armorial nem pizza mais gostosa do que a do Rosário.
Professores mais rigorosos do que os do Colégio Rio Branco, mas não perdiam a ternura, jamais! (Guevara só falava. Eles faziam — porque sabiam fazer.).
Sessão gazetinha como a do Carlos Gomes, torcida maior por Happalong Cassidy nem gargalhada mais gostosa do que nos ofereciam o Gordo e o Magro, nos filmes que o Henrique de Oliveira exibia nas manhãs de domingo no Teatro Municipal.
Sanduíche mais gostoso do que o de aliche no Facca, de provolone no Ideal, de pernil no Giovanetti nem picadinho de carne com batata no Pachola – ali no Mercadão.
Palacete mais simples e bonito como o da Rua Barão Geraldo de Resende, número 1.
Missa mais concorrida do que a das onze, na Catedral, nem do que a das oito, a “das crianças”, na Matriz Velha (a Igreja do Carmo).
Sorvete mais gostoso do que o Capelli nem Coca-cola mais gelada do que a das Lojas Americanas, na Treze de Maio.
Não havia atletas mais dedicados do que Argemiro Roque, Elisabete Cândido, Odete Valentim Domingos, Conceição Jeremias,
Derby mais esperado do que Guarani e Ponte Preta.
Necessidade de mundo para quem vivia em Campinas.
Orgulho maior do quer ser campineiro.
Pregado no poste: “Quem viu, viveu”