Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002

Jornalices

Como nos ensina o mestre José Alexandre dos Santos Ribeiro, quem não pratica o bom jornalismo faz “jornalice”. Será mistura de jornalismo com porquice? A repórter Paula Pimenta, agora baseada em Campo Grande, manda alguns exemplos de jornalices de sua coleção:
Uma repórter do Caderno D do jornal O Dia foi cobrir um acidente. Chegando lá, perguntou a um PM os nomes das vítimas. “Um é Carlos Azevedo”, respondeu o PM. “E o outro?”. “Evadiu-se”. De bloquinho na mão, ela queria a informação completa: “Evadiu-se de quê?”
Morreu Renato Russo e o Jornal do Brasil só tinha uma estagiária para cobrir a cerimônia de cremação. O tempo passava, a hora do fechamento da edição se aproximava, e nada de a menina voltar. Já desesperados, os editores levaram um susto quando viram a cena no RJ-TV, da Globo: aos prantos, com os braços para cima, no meio de uma roda de fãs do Legião Urbana, a estagiária cantava: “Será só imaginação?…”
Essa mesma estagiária da história do Renato Russo perguntou a Oldemário Touguinhó no Jornal do Brasil: “Guarda-chuva tem hífen?” Ele respondeu: “Ah, consulta lá o Aurélio”. A menina cutucou o repórter que estava ao lado: “Aurélio, guarda-chuva tem hífen?”.
Apreensão de maconha, numa delegacia. Sala cheia de fotógrafos registrando cerca de 200 trouxinhas da erva. De repente, o delegado percebe que há 195 trouxinhas. “Senhores, sumiram cinco trouxinhas. Alguém viu?” Silêncio. O delegado: “Tá bom. Vou apagar a luz da sala e quem pegou as trouxinhas devolva, por favor, para evitar constrangimentos”. O delegado apagou a luz. Quando acendeu, havia 205 trouxinhas de maconha!!
Reza a lenda que, num domingo à noite, quando faltavam poucos minutos para o fechamento do caderno de Esportes d’O Globo, toca o telefone. Alguém queria saber o resultado do jogo do América. “Estamos ocupados agora. Liga mais tarde. Eu não sei de cabeça o resultado desse jogo”, disse o repórter. Do outro lado da linha, a pergunta: “Você sabe com quem está falando?” “Não sei não.”, respondeu o jornalista. “Aqui é Roberto Marinho”. De pronto, a confrontação: “E o senhor, dr. Roberto, sabe com quem está falando?” “Não”, respondeu o colega-empresário e mui digno patrão. “E nunca vai saber”, disse o repórter, desligando.
Um estagiário do Jornal dos Sports faz apresentação da partida entre Independiente e Palmeiras. Bate a dúvida: “Quem é o técnico do Independiente?”. Alguém respondeu: “Oswaldo Piazza. Mas é com W, hein!” O rapaz escreveu: “Wosvaldo Piazza”.
Pregado no poste: “Estimo as melhoras.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *