Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2005Crônicas

Foi longe!

Outra estripulia de moleque levado da breca. Levado da breca, uma ova! Pilantrinha, já. Quem conta é a jornalista Helba Diniz, da EPTV aqui de Ribeirão Preto. Foi tão vergonhoso para a polícia, que policial algum queria contar a história. Esconderam. E a pobre da Helba, jogada, de lá pra cá, de delegado pra escrivão, de escrivão pra carcereiro, de carcereiro pra praça ‘véio’, de praça ‘véio’ pra oficial-de-dia e nem o domicílio da mãe do garoto tinham coragem de revelar. Seis horas de empurra-empurra. Até o seo doutor da Seccional se escondeu, digo, se homiziou – é assim que eles falam.

Foi pras bandas de Franca, segunda-feira que passou. Certo é que o garoto ‘de menor’ fugiu da polícia em desabalada carreira, numa viatura da mesma, na calada da noite. O pequeno meliante, pouco mais do que um petiz, doze anos, é conhecido gatuno naquelas paragens. “Um cão”, coitado, na definição da espantada Helba. Preso em flagrante, quando roubava u’a ‘magrela’, foi levado ao distrito, e esperava para que ‘seo dotô’ o entregasse à genitora. (Progenitora é a vovozinha…). Num cochilo das ‘otoridades’, o diabinho pulou a janela da sala do digníssimo ‘bel’ titular e escafedeu-se pelo pátio das viaturas.

Escolheu logo um Kadete, que tinha a chave no contato e… glória, glória, aleluia!, até o controle remoto do portão, no assento do carona. Fácil demais. Nem Steve McQueen em ‘A grande escapada’, lembra? Escapou e esticou até a simpática Claraval, já dentro das Minas Gerais, depois de abalroar (é assim que eles falam) alguns veículos que vinham em sentido contrário. O pneu estourou num mata-burro e ele empreendeu fuga a pé. A polícia em seu encalço. Só logrou êxito, quando o pirralho tentava furtar uma égua, após o estouro justo no mata-burro. No fim da tarde, recambiado pela mesma para o distrito de origem, estava pronto para pular a janela de novo, digo, reincidir em seu intento. “Uma aventura de risco”, disfarçou o delegado, após os dribles. Acabou recolhido pela tia, posto que a mãe está presa.

Pregado no poste: “Organização Não-Governamental ou Organização Governamental, não!?”

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