Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2004Crônicas

Esse barato sai caro

Todos precisamos conhecer e ajudar o padre Haroldo Rahm – texano, típico cowboy de batina na luta contra as drogas, o álcool e demais “lícitas”. Principalmente nestes tempos em que deputados, como o tal de Fernando Gabeira (Deus me livre!), defendem a maconha, e até o presidente chia com jornalista que dá notícia velha.

De uma amiga comum, recebi mensagem sobre seu trabalho (desculpe-me pela intimidade, padre, pois só o vi uma vez, mas sempre ouvi sobre sua missão, e não é possível esquecer o que o senhor faz pelos jovens de Campinas – mais do que qualquer ‘otoridade’ municipal, estadual, federal, educacional ou cultural. Eu disse “cultural”? Perdão!).

Lembro-me de que, certa vez, sugeri ao senhor recorrer aos traficantes para obter recursos nessa campanha de proteção da Humanidade. Não fui cínico, irônico nem brincalhão. Já que as ‘otoridades’ lhe dão as costas… Mas agora, aquela amiga comum, a Fernanda Gasmenga, pondera que pedir ajuda a eles também não dá certo. Há muita gente a investir no tráfico, porque a rentabilidade bate nos 80% e o lucro, nos 80%.

Propaganda, diz a Fernanda, não resolve. E ela está certa: afinal, os próprios viciados, no que quer que seja, confessam que nenhuma mensagem publicitária os toca. E cá entre nós, padre: o que dá mais dinheiro, alardear as delícias de uma bebida ou de qualquer droga lícita, ou alertar para os malefícios que elas provocam?

Com a palavra os anunciantes.

Quando se trata de vício e tráfico, estamos nas mãos de abutres, de ‘gente’ da pior espécie. Quando políticos defendem drogas, então… Veja o Maradona. Drogado, financiador do tráfico, nunca foi atleta, sempre desleal com seus colegas de clube e de seleção, com seu país, com o esporte. E continua ídolo. Na Argentina, belo país de povo fatalista e fanático, até criaram a “Igreja Maradoniana”. Chegam ao cúmulo de ironizar a desgraça daquele coitado: “Se Pelé é o rei do futebol, Maradona é Deus!”.

Se seguirmos a pregação do tal de Fernando Gabeira, acabaremos como Maradona. Ou como o próprio Gabeira, que embora tenha sido seqüestrador para conseguir o que queria, acabou deputado. Duvido acabasse melhor. O Brasil é assim.

Gostei desta observação da Fernanda: “A droga é muito democrática. Os governantes deveriam aprender isso com ela. O que não podemos é cruzar os braços e ver a banda passar.”. Nem reeleger quem sempre nos engana.

Pregado no poste: “Deus deu a natureza para os homens, e o diabo, certos homens para a natureza”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *