Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002Crônicas

Duas professoras e um professor

Bom, mesmo, é conversar com professor! A gente só aprende, porque eles só sabem ensinar. Até contando piadas.

A Beth Corbalan, por exemplo, ensina a inteligência da mulher sobre a do homem. Estavam onze homens e uma mulher agarrados a uma corda que pendia de um avião. O comandante avisou que uma pessoa teria de se atirar, porque, com doze, o avião cairia. A mulher fez um discurso emocionado: “Eu vou me lançar no espaço, porque é a mulher quem tem o instinto de preservar a vida; é ela quem dá a vida por todos. Esse é o dom que Deus nos deu!”. Os onze homens a aplaudiram…

Sabe esses erros absurdos que alunos cometem nas provas? Todo mundo ri, não é? A professora de História de uma escola pública me mostrou três: “Sobre as reformas de Júlio César, ele reformou palácios, ruas, templos e o arquipélago, que estavam rachados. O Brasil teve três Regências: Trina Permanente, Trina Impermanente e Regência Privalativa. Navegação de cabotagem é a navegação de submarino a vapor.”. Ela guardou as três provas. Seus olhos estavam marejados.

Ano passado, o professor de Economia Vicente Golfeto, aqui de Ribeirão Preto, observou que o Dia dos Pais perde no comércio para o Natal, Dia das Mães, Dia da Criança e Dia dos Namorados. O que é isso? Desprezo pelos pais? “Não. A figura paterna, como chefe de família, como presença constante dentro de casa, está desaparecendo. A família está mudando.”. Agora, ele mostra outra lição, tirada da vida, como manda o talento dos bons mestres. Leia e pense:

“Economia moderna é tecnologia. Aliás, vida moderna é tecnologia. É a vitória das máquinas. O problema é que as máquinas estão cada vez mais sofisticadas e os cérebros, cada vez mais primitivos. Por culpa das máquinas.

Vamos exemplificar. O computador pode fazer com o cérebro o que o automóvel tem feito com o coração. Vejam o crescimento dos enfartes, depois que o automóvel se incorporou ao quotidiano de todo nós. Nossa região tem mais enfartes porque tem mais automóveis. Campinas, Ribeirão Preto, Franca e São José do Rio Preto têm grandes institutos do coração e têm grande frota de automóveis. Ao bônus do conforto, temos o ônus da fragilidade do aparelho cardiovascular.

Além do risco para o cérebro, o computador traz outro risco: o da superficialidade. A Internet pode fazer com a literatura o que o rap fez com o jazz. O computador pode superficializar. É que nele o homem navega; só no livro ele mergulha.”

Pregado no poste: “O som do silêncio: detetor de verdades em políticos”

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