Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2003Crônicas

Chavões

Em vez de recomendar um livro, recomendo um site, o “homemchavao.kit.net”. Mais do que um alerta, um puxão de orelhas na mediocridade de quem não procura ir além da mesmice. E recomendo, porque essa meninada (boa de serviço) pede que se divulgue o trabalho deles. Vale a pena ler. Exemplos? A humildade me manda começar pelas observações deles a nós, jornalistas. Seja sincero, você já se cansou de ler e ouvir:

Amigo pessoal; grande maioria; assalto cinematográfico; armas de grosso calibre (quem escreve isso deve estar pensando em outra coisa…); preços salgados; fantasma do desemprego; o sonho da casa própria virou pesadelo; o vilão da inflação; a notícia caiu como uma bomba e… explodiu o saco do leitor! “Desculpem-me pela expressão, mas eles têm razão.”. “Uma câmera na mão, uma idéia na cabeça; fulano teve seus 15 minutos de fama; a chuva deu uma trégua; Schumacher voou baixo e fez a pole; chuva de gols no Maracanã; o técnico Fulano deu um nó tático no técnico Sicrano.”

Mais? Até chavões fora de moda: “Barril de pólvora; estopim; o tiro saiu pela culatra — nestes tempos de fuzil automático e metralhadoras idem?; tirar do bolso do colete; caiu como uma luva! fio de bigode…”

Um apelo aos professores de Primeiro Grau, para enriquecer a lista de livros com outras obras além destas: “Escaravelho do diabo; O Rapto do garoto de ouro; O pequeno príncipe; Fernão Capelo Gaivota; Meu pé de laranja lima; Rosinha, minha canoa; A droga da obediência; Um cadáver ouve rádio; O menino do dedo verde; Açúcar amargo; O mistério do cinco estrelas; Coleção Vaga-lume; Vinte mil léguas submarinas; Volta ao mundo em 80 dias; A cidade e as serras; Vidas secas.”. Alguém, nesta eterna colônia americana, já indica “Harry Potter”?

A freguesia não agüenta mais. Senhores vendedores, por favor, parem de dizer: “Ficou ótimo; Não, não… Maior eu não tenho, mas essa ficou na medida!; Não quer aproveitar e levar agora?; Dá uma experimentada, sem compromisso; Ah! Vai dizer que sua namorada não merece? (dito quando ela está junto); Não tem dinheiro agora? Não tem problema, a gente trabalha com cheque e cartão; Leve agora, que essa é a ultima peça!; Nossa! Perfeito pra você!; Amanhã, não sei se eu vou ter ainda; Se levar agora, falo com a minha gerente e consigo um descontinho especial!”

Sobra até para a Rede Globo e seus redatores das chamadas, sempre iguais, dos filmes da Sessão da Tarde, Supercine, Temperatura Máxima, Domingo Maior; Intercine… Mas daí para frente, entre no site, divirta-se e aproveite!

Pregado no poste: “Tipo assim: com certeza!”

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