Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2001Crônicas

Cesta básica – 1

Dona Olga Müller e o doutor Mário Baptista Campos (Conhece? Não sabe o que está perdendo) me levaram às compras no tempo em que Campinas era uma feliz cidade. Mostrei minha listinha e eles foram indicando onde havia o melhor e mais barato. Belo passeio pelo Centro, boa companhia, inigualável, de quem (ainda) se orgulha da nossa terra. Acho que esta caminhada só termina amanhã.

Dadinhos e pingo de leite da Dizziolli, bolachas Maizena e Maria mais biscoito Piraquê, ali no armazém do Sebastião Maria, na esquina da General Osório com José Paulino, onde o bonde “3” começava seu caminho para o Guanabara. Essas Gotas de Pinho Alabarda… no bar do Kana Higa, lá perto do Centro de Saúde. E aquele doce, “machadinha”, onde tem? Na entrada de qualquer escola é certeza, mas a do portão do Colégio Ave Maria, é melhor. No carrinho do vendedor de algodão doce.

Cafezinho, já? De coador, no Regina; “de máquina”, o IV Centenário, no Caruso, também na General Osório. Na Barão de Jaguara, perto do Regina, a Padaria do Comércio é uma festa, tem quase metade da lista. Antes, uma passadinha na Seleta, para comprar Kresto, Amendocrem e Toddy (Vem com o índio mascotinho e com os bonequinhos, sim). Pronto: na padaria tem bolo “Marta Rocha”, chocolate Lingote e leite em litro com tampinha de alumínio. Na esquina com a Benjamim Constant, o bar Copacabana tem iogurte de carrafinha de vidro, com tampa de alumínio, também. Deixa para comprar o resto no armazém do seo Donato Paschoal, na Governador Pedro de Toledo com Rua Germânia. Lá tem de tudo: geléia de mocotó Colombo, groselha vitaminada Milani, a gelatina arco-íris, aquela cheia de quadradinhos…

Onde você tomou sua primeira cuba-libre, no Camões, no Telefônica Clube ou no Comercial? Diziam que no bar do Camões, tinha coxinha com varizes… Mas o bar Ideal, Barão com Conceição, vendia aqueles pickles — pepino, salsicha e queijo no palito espetado no mamão verde. Ron Merino, vinho do Porto, azeitonas pretas, vinho Moscatel, bacalhau, a comida mais fina, como falavam, havia na Casa Maia, no Largo do Teatro, ou na Casa Mondego, ali na Conceição com Lusitana.

Pregado no poste: “Até amanhã. Traga outra sacola!”

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