Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2008Crônicas

Bate o sino!

Há 130 anos, um grupo de campineiros idealistas fundou uma escola, construída por pedreiros livres, posto que aqueles homens de bem combatiam a escravidão e a mediocridade. Defensores intransigentes das liberdades do saber, das iniciativas e de fé, deram àquele templo o nome de “Culto à Ciência”. Hoje, ao ver sua escola destruída pela indigência mental de governantes, um grande grupo de ex-alunos, igualmente idealistas, luta para restaurar aquela que é uma das mais antigas escolas públicas do Brasil em atividade. Com base naquilo que ali aprendeu, o grupo conserva os ideais de combate à escravidão e à mediocridade a que governantes dos últimos trinta anos submetem aquele templo e o ensino público. Estão soltos.

Como naqueles tempos em que o nosso “Culto à Ciência” era autônomo e estabelecia seu próprio currículo de nível insuperável, por isso enchia de inveja (e raiva) autoridades espúrias, o sinal está batendo para novo encontro de ax-alunos, ex-funcionários e ex-professores. Como naquele tempo ninguém ousava fugir a uma convocação de nossos mestres – eles eram a próxima atração e suas aulas, as verdadeiras campeãs de audiência – somos chamados agora para uma reunião que marcará o grande encontro que celebrará os 130 anos do Colégio Estadual Culto à Ciência de Campinas.

Não podemos faltar para planejar a celebração e dar sugestões aos membros da Sociedade Amigos do Culto à Ciência, que fazem de tudo para reavivar a chama da dignidade que vândalos do poder, do ensino e da cultura tentam, em vão, apagar. Será dia 9 de junho, às sete e meia da noite, no próprio colégio, entrada pela Rua Hércules Florence, ao lado do Ginásio de Esportes “Alberto Krum”, onde você fez ginástica, fumou escondido, deve ter conhecido sua primeira namorada, roubou o primeiro beijo, escapou para enfocar uma aula e até fez de tudo para que não o vissem espiando as meninas de shortinho na aula de educação física.

Qualquer dúvida ou mais informações, fale com o professor João Tojal, aquele que, como o professor Stucchi, adorava nos fazer correr, saltar, pular, subir e descer as escadarias do “Alberto Krum” e depois encorajar os que não haviam desmaiado, dar dez voltas no campo de futebol. Os fones do Tojal são 32.53.28.73 ou 91.11.47.24. Ah, para os dos anos 60, dona Gledys promete não levar para a diretoria quem aparecer com o colarinho aberto, mas se pegar alguém fumando, ela fará engolir o cigarro só com o olhar. Você se lembra do olhar dela, quando estava brava com a gente? Não se esqueceu? Nem eu!

Pregado no poste: “Vamos lá, gente!”

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