Quando…
… o conta-gotas do Stévia funcionar direito
… “tênis de marca” calçar gente “sem marca”
… roupa de grife servir em gente sem grife
… ela for mais justa do que as calças
… registro de nascimento valer mais do que pedigree
… o salário dos funcionários das empresas de pedágio, telefone e energia subir como as tarifas
… pé-de-moleque não quebrar o dente nem chiclete arrancar a dentadura
… não for perigoso vestir as cuecas em pé, depois dos 50
… o Faustão parar de dizer “orra”, “ô loco” e “afinal de contas”
… campineiros daqui e de fora reconquistarem Campinas
… o coronelismo acabar em Campinas e a chefe da guarda não usar seus homens da força paramilitar para intimidar representantes do povo
… dona Izalene jurar que não bate continência para a chefe da guarda (‘Heil!’)
… o maestro Carlos Gomes enfiar sua batuta no devido lugar dos que desprezam sua memória e a de Campinas
… o orçamento da dona Izalene for participativo
… “Terra da Gente” e “Caminhos da Roça” forem imitados pelas TVs
… todos os genéricos forem mais baratos do que os remédios de marca
… a figada Ralston voltar ao mercado
… dona Izalene explicar porque teve só 26 votos para vereador
… o leite Ninho não empelotar
… livro for mais lido do que revista de fofoca
… a prefeita tiver coragem de plantar um Alecrim no largo da Catedral
… o Oziel, camelôs, garis, flanelinhas, torcidas organizadas deixarem de ser meio de vida para políticos
… os políticos exigirem que os camelôs cumpram a lei e dêem nota fiscal
… a lei for cumprida pelos políticos
… os filhos dos políticos tiverem de estudar só em escola pública
… e político tiver de madrugar para matricular o filho em escola pública
… só o SUS puder atender políticos e parentes
… os políticos só puderem andar em transporte público
… o salário mínimo for o único ganho dos governantes
… o governante tiver de pagar do próprio bolso o que come e… bebe
… político tiver de comprar senha na fila do INSS
… o enredo de uma novela não tiver mãe procurando filho e vice-versa
… samba-enredo não tiver “ô, ô, ô, ô, ô” na letra
… perneta entrar em templo caça-níquel e sair correndo: “Milagre!”
… um bugrino se lembrar de como foi o Guarani
… ninguém falar “com certeza”, “essa coisa”, “fala sério”, “tipo assim”
… as jovens não precisarem sonhar com um “futuro por trás”
… nenhum jovem precisar vender droga para ganhar (e perder) a vida
… político não tiver salário e ainda houver candidatos
… todos os projetos-de-lei forem de interesse público
… nome de candidato não sujar a cidade em tempo de eleição
… vereador, deputado e senador ganhar igual ao aposentado
… político não puder ganhar mais do que professor nem médico
… ninguém enganar jornalista e jornalista não enganar a ninguém
… advogado de traficante receber como advogado ad hoc
… modelo for modelo e atriz for atriz
… trabalhador rural for tratado como trabalhador e invasor como invasor
… plano de saúde não for conseqüência da previdência falida e roubada
… a previdência falida e roubada não interessar a ninguém
… a propaganda eleitoral for transmitida só no canal do esgoto
… acabar o mercado negro de receitas azuis
… um partido se coligar sem ninguém ganhar nada
… quem matou seo Toninho confessar se alguém mandou
… o povo ganhar a guerra das cervejas
… polícia for polícia, e bandido, bandido
… a polícia prender e a lei não deixar a Justiça soltar
… lei não for atribuição de políticos
… o Lula sair do palanque e jurar que estava sério quando prometia
… tudo isso acontecer, o Brasil será melhor (Campinas, também)
Pregado no poste: “Duvido!”