Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002Crônicas

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Você, que vez ou outra freqüenta os campi das universidades públicas, deve ter visto aqueles tipinhos andrajosos que andam pra cima e pra baixo, sempre com uma pastinha de plástico, toda ensebada, debaixo do braço. São alunos! Estão lá há anos, carregando eternas dependências ou pulando de curso em curso. São os chamados “estudantes profissionais”, que não se formam nunca e têm como meio de vida exclusivo participar e incentivar todo tipo de manifestação, quase todas justas, mas mesmo as que não lhes dizem respeito. Estão na universidade só para fazer politicagem, às custas do povo que lhes garante o ócio com seu trabalho honesto. É uma forma de estelionato garantido por lei.

Ontem, um amigo, inspetor de alunos de uma grande escola particular, me contava, desiludido, a conduta de seu sobrinho. Pelo perfil, deve ser mais um desses tipinhos. Nunca trabalhou e está numa universidade pública. Levou sete anos para chegar ao quarto ano de Medicina Veterinária ou Zootecnia. Não vem ao caso. Certo é que essa figurinha jamais trabalhou na vida, sempre sustentado pelos pais, com cama, comida e roupa lavada, e pelo povo brasileiro. Agora, a peça desistiu do curso, quase à beira de se formar. “Nem trancou a matrícula! Abandonou a escola, diz que vai fazer Ciências Contábeis”, lamentava o tio, com dó do irmão e da cunhada, que se sacrificaram até aqui, para bancar a boa vida desse marmanjão.

Esse deve ser daqueles que fazem protestos e comícios nas ruas e carregam faixas pregando contra a exploração do povo. São tão imbecis que não sabem que eles também estão explorando o povo…

Como fica o povo que, com os impostos que o governo lhe arranca, mantém essas inutilidades na universidade? O povo pagou para esse indivíduo estudar e, no fim, o malandro simplesmente desiste. O povo que se dane e não há quem puna esses diabos. Além de toda a população enganada pelo “volúvel”, há outra vítima nessa história: aquele que não conseguiu passar no vestibular e perdeu a vaga justamente para um vagabundo.

Ministro Paulo Renato, ninguém tem coragem de acabar com essa mamata, digo, corrupção disfarçada?

Pregado no poste: “Que vereador vai transformar o berço da cidade em shopping?”

 

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