Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2010Crônicas

Será que é bafo?

Coisa mais feia e esquisita esse folheto sobre a nova estação rodoviária! O Geraldo Trinca se deu ao trabalho de me mandar um. Parece que os autores fizeram de tudo para esconder o que tinham obrigação de mostrar. Imagine que não há ao menos uma foto diurna da obra pronta. Ou esse terminal só funcionará à noite? Hei, seo doutor Hélio! Foi o povo que pagou para não ver isso?

Uma leitora escreveu carta para o nosso “Correio Popular” esta semana, comparando muito bem que o Salim Maluf foi processado e espinafrado (no que fizeram muito bem seus detratores) porque deu um fusca para cada campeão mundial da Copa 70 (se tivesse dado um trator…). Agora, ela condena o Lulla por reclamar uma ajuda com dinheiro do povo aos primeiros campeões mundiais.

(Minha senhora, já dizia a avó da minha irmã: nada mais igual à situação do que a oposição no poder. Assim como hoje, desde que o Maluf foi prefeito de São Paulo, em meados do século passado, era escândalo todo dia na imprensa. O Lulla não é diferente.)

Ainda na seção de cartas, uma boa pauta, do sr. Washington S. Castro, que não é meu parente. Deu até saudade dos tempos em que eu propunha reportagens. Um repórter pode pegar e correr atrás, que dará uma boa matéria, como se diz nas redações:

“Não resta dúvida de que essa medida de ‘caça-bêbados’ vai pôr um fim aos acidentes, nos quais o motorista estiver dirigindo ‘pra lá de Bagdá’! Contudo, cabem alguns comentários a respeito: a lei aplicada no Brasil tem semelhança às da Europa e Estados Unidos? Qual o motivo da falta de bafômetros necessários para a fiscalização, pois, segundo foi dito, aqui em Campinas, só existiam dois e um deles estava danificado? Qual o preço desse aparelho? Ele é fabricado aqui ou terá de ser importado? Será que não vai ter marmelada nesse tipo de comércio, tal como o da obrigatoriedade do estojo de primeiros socorros nos carros? Enfim, vamos torcer para que dê certo, mas não se esqueçam de que vivemos num país chamado Brasil!”

A lei é boa e, por isso, não vingará. Quem for contra pode até ser visto como defensor de homicidas, assim como o usuário de drogas ajuda a financiar o crime organizado, mas o cinismo os cala. E já que falamos em cinismo…

Pregado no poste: “Se beber, não dirija; se dirigir, não beba; se não dirigir, beba!”

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