Nem ordem nem progresso?
Pois é, já propuseram trocar o Hino Nacional pelo Hino à Bandeira, “mais bonito e mais fácil de entender”. De fato, aquele rococó que o Osório Duque Estrada fez para a melodia do Francisco Manuel da Silva é um rebu. Até hoje não sei se é “em teu seio” ou “no teu seio” – não sendo de silicone, tudo bem. Também não sei quem é esse herói cobrado toda vez que tocam a peça. Soube dia desses que não existia aquela introdução, traduzida nas escolas, pela molecada, por “Laranja da China! Laranja da China! Laranja da China! / Abacate, limão doce, tangerina…” E pasmei, ao ouvir do Dalgas Frisch que a melodia do verso “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas” é plágio do canto do corrupião.
Agora, deu no jornal que o cantor e compositor carioca Jards Macalé é o autor intelectual de um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e que altera a expressão “Ordem e Progresso”. Macalé sugeriu e o deputado Chico Alencar (PT-RJ) apresentou proposta alterando a frase para “Amor, Ordem e Progresso”. A expressão hoje vigente foi aprovada por decreto de novembro de 1889 e teve por base a corrente filosófica positivista. Mas o lema completo do Positivismo, criado pelo filósofo Augusto Comte, é “amor por princípio, ordem por base e progresso por fim”. A redução do lema foi criticada por Macalé. Alencar acolheu a sugestão do compositor.
— Se é para ser positivista, que seja por inteiro — disse Jards Macalé num debate na semana passada, em Brasília. Chico Alencar afirmou que a redução fez perder a essência do lema original, que procura resumir o positivismo “como a religião do amor, a religião da ordem ou a religião do progresso”.
Vai daí, que tal mudar tudo? Acho que o tal Chico Alencar deve aceitar sugestões. Vamos arriscar? Em vez de “Ordem e progresso”…
Vale tudo
Tire seu sorriso do caminho, que eu quero passar a minha dor.
Com jeito vai
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia
Era uma vez…
Quem tá fora não entra, quem tá dentro não sai
Levamos vantagem em tudo, certo?
De dia falta água, de noite falta luz
Por que me afanam em meu País
Uh! Tererê!
Se cobrir é circo, se cercar é hospício
Fiado só amanhã
Terra de órfãos dos pais da Pátria
Mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar
Sou conduzido, não conduzo
Em liquidação, aproveite
Quer pagar quanto?
Antes mal-acompanhado do que só
Primeiro a devoção, depois a obrigação
Quem tem um olho é rei
Cuidado com os políticos!
Promessa não é dívida
Entre sem bater
Se beber, não dirija; se dirigir, não beba; se não dirigir, beba!
Nau sem rumo
Cada dia pior do que antes
Pátria armada, Brasil!
Dos filhos deste solo, a mãe fugiu
Deixe para amanhã o que você pode fazer hoje
Fechado pra balanço
Perto de quem come e longe de quem trabalha
Quem quiser que conte outra
Pentacampeão do Mundo
Mas pode chamar de Maracangalha
Triunfo de nulidades
Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada
Estamos em férias
Verdes, amarelas, azuis e brancas, mas a mulata é tal
Eu sei que vou te amar… Por toda a minha vida eu vou te amar
Ninguém me ama, ninguém me quer…
Os incomodados que se mudem – para a Argentina
Mais de mil palhaços no salão
Todos juntos, vamos, pra frente Brasil!
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
E no sétimo dia, Ele criou o brasileiro
Quem espera nunca alcança
Vira, vira, vira, virou!
Nada a declarar
Plim! Plim!
Pregado no poste: “Dependência ou morte!”