‘Escute, garoto!’
Descobri por que a Ponte Preta ressuscitou: o maior amante da ‘Nega Véia’ está de volta. A Rádio Cultura, do comendador Abel Pedroso, tinha três programas de grande audiência: Campinas Hit Parade, Chá das Três e New Tops International. Os três saíam da voz – e que voz! – do Roberto Ginefra: mais uma criação de Antônio Palhares para o rádio. (Chefe, dá um abraço em Deus!). Quase duas décadas de Leblon, IBM, Coca-Cola, Petrobrás e Rede Globo depois, Ginefra desembarca em Viracopos e fica por ali, em Itaicí, entre o refúgio dos bispos, na Vila Kostka, Indaiatuba e Sorocaba — quase perto do Jardim Itatinga. Ele e o Hermano Henning, repórter até a medula, tipo sonhado por Gutemberg.
A saudade da terra era tanta que um dia, diante da casa de Tom Jobim, vestiu a camisa da Ponte e compôs uma obra para a cidade amada e distante: “Sobrevôo da emoção”. Qualquer hora, esse CD sai; nem que seja patrocinado pela torcida da Ponte…
Numa conversa rápida, duas histórias. Um americano sem-educação, Christie, fazia um sucesso danado com uma droga chamada “Yellow River”. Veio cantar a porcaria no Cultura Artística. Seo Zito Palhares levou o Ginefra para transmitir o show da peça. O cretino aceitou dar entrevista, mas sentado na privada. No fim, de repente, puxou a descarga. Seo Palhares, mais esperto, cortou o microfone do Ginefra. Devia ter empurrado “aquilo” junto.
A outra história foi bem antes dessa. Um garoto de Marília trazia uma fita debaixo do braço com a gravação de um jogo de futebol. Queria ver se seo Palhares gostava. Ginefra, Palhares e o insuperável sonoplasta (mais plasta do que sono) Gilson de Campos ouviram. Seo Palhares pediu que o Gilson entregasse ao garoto uma fita com a gravação do saudoso e competente Washington Luís de Andrade. E recomendou: “Escute, garoto, quando você estiver igual ou melhor do que o Washington, nos procure.”. O nome desse garoto é Osmar Santos. Dá-lhe, garoto!
Pregado no poste: “Brasília precisa de um safari”
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