Elas, ontem e hoje
Entre a famosa “cultura de almanaque” e o MIX da nossa Paula Pilla, quarenta anos de costumes nos separam. As feministas vão adorar. Dia desses, a Paula anunciou algumas regrinhas que agradam as mulheres, bem diferentes, claro, das regras, que desagradam:
Ser elogiada numa segunda-feira chuvosa; carro com ar condicionado; acertar numa receita logo na primeira vez; encontrar o “ex” e estar deslumbrante ou encontrar o “ex” e estar com um homem deslumbrante; ir ao cinema no meio da semana, mas na sessão da tarde; tomar banho de ofurô (o que é isso, Paula?); passear de conversível num belo dia de verão; happy hour com amigos e amigas; gastar, comprar, gastar, comprar…
Isso é hoje. Mas há quarenta anos, a história era outra e está num livro magnífico, que acaba de sair pela nossa competente editora Mercado de Letras. Chama-se “Histórias e leituras de almanaques no Brasil”, da Margareth Brandini Park. O meu, ganhei da dona Mirtila (tudo bem, mãezona?), mãe da Maria Elisa, dona da “Mercado”. Delícia de livro! Conta a história de quase todos os almanaques brasileiros, sem faltar o mais famoso, aquele do Biotônico Fontoura, do Jeca Tatu de Monteiro Lobato. Mais de 80 milhões de exemplares. Nem Jorge Amado, Paulo Coelho ou Shakespeare. Talvez a Bíblia…
Veja os conselhos do almanaque Iza, do Laboratório Kraemer, para as mulheres, em 1958:
“Dê ao seu marido completa liberdade nos negócios, na escolha da secretária e no número de horas que ele trabalha. Faça o máximo para que seu lar seja atraente. Esforce-se para viver bem com sua sogra e parentes do seu marido. Varie o cardápio, para que ele nunca saiba o que vai comer quando se sentar à mesa. Enfrente com resignação e bom humor as adversidades financeiras, sem criticar o esposo por seus erros nem o compare com homens mais prósperos. Quando fizer um vestido, atenda o gosto de cor e estilo do seu marido. Aprenda os jogos de que ele gosta, para participar de sua horas de diversão e descanso. Não seja ranzinza nem procure remodelar seu marido.”
Recorte este último parágrafo e ponha na bolsa da sua mulher.
Pregado no poste: “Político na Internet não é notícia, é vírus.”