Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

Crônicas

Caro Papai Noel

Depois do que o senhor fez,

Para o Natal de 2011, saiba:

Criança não é negócio

Caixa de sucrilhos não é cofre

Sucrilhos não são moedas

Não há arma de brinquedo

Nem brinquedo de arma

Arco e flecha?

Para atirar em quem?

Videogame ensina a ler?

Ensina a escrever?

Mas ensina a matar!

Iogurte vale por um bifinho

Mas não vale o leite materno

Ipod no ouvido ensurdece?

Então, não pode!

E jogar pelada? Aí pode!

Traga a Playboy! Aí não pode!

Passarinho não é presente

Só ausente da gaiola

Brinquedo de camelô?

Nem com nota e garantia

Brinquedo pirata?

Com isso não se brinca!

Para miudos, filho ou filha,

Nada de pilha.

Lembra? Conjunto Farroupilha

Quanto menor, menos barulho:

“Silêncio, ele está dormindo,

Veja como é lindo,

Sua majestade o nenê!

Parece com papai,

Parece com a mamãe,

Parece com a vovó,

Não, não parece com ninguém”

Muita bala, bombom, caramelo?

Bata frita, hambúrguer, X-egg

Ou hot dog, coca e marshmel?

O nenê ficará como você, Noel!

Criança pequena,

Brinquedo grande

Para os grandes, adultos,

Evite caixas com charutos.

Cachimbo, isqueiro, cinzeiro,

Erva? Taí: cuia de chimarrão,

Com bomba, bombacha e mate

Será um presentão!

Não precisa ser exagerado:

Cuecas, meias e lenços,

Cinto, chinelos e loção…

Isso já está muito manjado.

Para elas, cuidado: pratos,

Assadeiras, tigelas e panelas

Nada que vá na cozinha

Nem na cozinha da sogra.

Ela é avó dos seus filhos,

Mãe deles duas vezes:

Camisa da Ponte ou do Guarani

Capacete de astronauta,

Pé de pato, peruca, biquíni;

Tanto que esconda

Que ela está redonda.

E passagem pra Brasília?

Para posse da Dilma,

Para adeus ao Lulla…

Já sei: se houver Carnaval

Nem com ele ela pula.

Para cunhados e cunhadas,

Sobrinhos, vizinhos, enteadas

Amadas, amantes ou amigadas,

Cuidado se for de vestir,

Cuidado se for de despir

Mesmo que ele ou ela tope,

Veja lá, se for de sexshop

Políticos, traficantes e

Estupradores, pregue

Neste poste Noel, para que

Agora sintam nossas dores

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *