Caro Papai Noel
Depois do que o senhor fez,
Para o Natal de 2011, saiba:
Criança não é negócio
Caixa de sucrilhos não é cofre
Sucrilhos não são moedas
Não há arma de brinquedo
Nem brinquedo de arma
Arco e flecha?
Para atirar em quem?
Videogame ensina a ler?
Ensina a escrever?
Mas ensina a matar!
Iogurte vale por um bifinho
Mas não vale o leite materno
Ipod no ouvido ensurdece?
Então, não pode!
E jogar pelada? Aí pode!
Traga a Playboy! Aí não pode!
Passarinho não é presente
Só ausente da gaiola
Brinquedo de camelô?
Nem com nota e garantia
Brinquedo pirata?
Com isso não se brinca!
Para miudos, filho ou filha,
Nada de pilha.
Lembra? Conjunto Farroupilha
Quanto menor, menos barulho:
“Silêncio, ele está dormindo,
Veja como é lindo,
Sua majestade o nenê!
Parece com papai,
Parece com a mamãe,
Parece com a vovó,
Não, não parece com ninguém”
Muita bala, bombom, caramelo?
Bata frita, hambúrguer, X-egg
Ou hot dog, coca e marshmel?
O nenê ficará como você, Noel!
Criança pequena,
Brinquedo grande
Para os grandes, adultos,
Evite caixas com charutos.
Cachimbo, isqueiro, cinzeiro,
Erva? Taí: cuia de chimarrão,
Com bomba, bombacha e mate
Será um presentão!
Não precisa ser exagerado:
Cuecas, meias e lenços,
Cinto, chinelos e loção…
Isso já está muito manjado.
Para elas, cuidado: pratos,
Assadeiras, tigelas e panelas
Nada que vá na cozinha
Nem na cozinha da sogra.
Ela é avó dos seus filhos,
Mãe deles duas vezes:
Camisa da Ponte ou do Guarani
Capacete de astronauta,
Pé de pato, peruca, biquíni;
Tanto que esconda
Que ela está redonda.
E passagem pra Brasília?
Para posse da Dilma,
Para adeus ao Lulla…
Já sei: se houver Carnaval
Nem com ele ela pula.
Para cunhados e cunhadas,
Sobrinhos, vizinhos, enteadas
Amadas, amantes ou amigadas,
Cuidado se for de vestir,
Cuidado se for de despir
Mesmo que ele ou ela tope,
Veja lá, se for de sexshop
Políticos, traficantes e
Estupradores, pregue
Neste poste Noel, para que
Agora sintam nossas dores