Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2010Crônicas

Doentes, burros e ladrões

Segue uma relação de burros e doentes que, inexplicavelmente, freqüentaram o Colégio Culto à Ciência, nos últimos tempos, antes de sua reforma. Os primeiros deveriam ser atrelados a carroças, mas não levando chicotadas; os outros, guardados em um manicômio. Como entraram ali é que não se justifica. É igual a tentar entender como entra droga na cadeia.

Burros e doentes: Pry, Krock’s, Mexicano, Binho, Gra, Fernando, Nua, Alê, P.F., Sombra. Bib’s, Leonardo, Nathy, Ersmos, R+F, Michele, Jean, Ferros, Alex, Sovis, Leo… Os nomes desses bandidos poderiam ser mantidos nas paredes da escola, toda vandalizada, para que as gerações seguintes aprendam como um ser humano não se deve comportar.

(Há meio século, aluno de uma sala “ousou’ escrever o próprio nome na carteira. O então diretor Euclides Pinto da Rocha o manteve suspenso até que o pai apagasse e pagasse o estrago.)

Trabalho meritório do professor de História José Carlos Rocha Vieira Junior reúne, em mais de 1.400 fotografias, a evolução das obras que o povo é obrigado a pagar para restaurar sua escola pública que já foi a mais importante do País. Culpa das autoridades que abandonaram o ensino brasileiro e, agora, finalmente cumprem sua obrigação de devolver à sociedade o que é dela. Que nenhum político peça ou espere votos em troca desse resgate, muito menos um muito obrigado. O povo exigiu e pagou. Se não fizeram antes, é porque o dinheiro da educação foi desviado – para os bolsos e bolsas de quem jamais saberemos. A imprensa livre (que o governo quer calar), liderada pelo ‘Correio Popular’ e pela EPTV, nos ajudou a exibir a vergonha exposta.

As imagens impressionam: a natureza já fazia sua parte, de tomar conta daquilo que o Poder ajudava a vandalizar, por não cuidar. Quem quisesse ter uma idéia do que Pero Vaz Caminha quis dizer com “em se plantando tudo dá”, bastaria olhar para os telhados, já ornamentados por galhos de árvores ali nascidas, sem que ninguém as plantasse.

Sugiro que a festa da reinauguração, se houver, homenageie exclusivamente os operários que reconstruíram esse grande orgulho da nossa cidade e do País. A ausência dos políticos de todas as espécies será muito bem-vinda.

Pregado no poste: “Vote nulo, em legítima defesa!”

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