Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

Crônicas

Vitória sem glória

Foi a terceira vez. Nunca mais. A primeira, em 1961, na decisão com a Prudentina, no Pacaembu — ela não voltou para a Divisão Especial; em 1964, em pleno campo lá de cima, perdeu para a Portuguesa Santista e continuou por baixo. Ninguém se esquece dos “Canhões de Samarone”. Domingo passado, de novo.

Será que estou ‘secando’ a Ponte Preta? O Guarani não merecia ganhar. Time errado, clube errado, no lugar errado. Caiu, tem de honrar a condição de esportista, lutar e dar a volta por cima. No tapetão é feio, cheira mal. Torci pela Macaca por isso, e para dar chance à molecada do Santos, que sabe jogar futebol brasileiro.

Esse time do Guarani é tão ruim, igualzinho aos da segunda divisão, que para sair na frente, precisou de um gol feito pelo adversário. O tal de Isaías tirou o goleiro da jogada e marcou contra, mas com categoria. Esse timinho não ganha nem do Oeste de Itápolis, muito menos do Taquaritinga.

Na dona Globo, o Cléber Machado disse que foram 176 dérbis até hoje, mas um, jogado em 1912, tem resultado desconhecido. A Ponte diz que foi ela, o Bugre, que foi ele o vencedor. Ainda existe alguém vivo, para tirar a teima? Noventa e um anos depois, o índio já é totem e a Ponte virou pinguela. Aí, o Renato Marsiglia, juiz do juiz, puxou a sardinha para a cidade dele: “O clube de futebol mais antigo é o Rio Grande, da minha terra. Ele é de 19 de julho de 1900 e a Ponte, de 11 de agosto…” Pergunto: montaram o primeiro time de futebol para jogar contra quem, se não havia outro? A Ponte é a mesma coisa: até hoje, só joga contra um tal de “visitante”, que aparece no placar e nunca faz gol. E ainda assim, ela perde.

Volta e meia, como nos tempos em que a TV Record era estação de televisão, mostravam os torcedores. Quanta moça bonita na torcida da Ponte! E nenhuma (feia ou bonita), na do Guarani. Soltei uma filosofia de botequim e aquela santa quase me acerta: “Se o homem veio do macaco, a mulher veio da macaca. É por isso?” Nessa hora, o Sérgio Alves empatou, dei um grito (imagine, eu gritando gol da Ponte…). Depois, o Guarani perdeu aquele pênalti, dei outro grito. E a Ponte, para variar, continua a mesma: o Vagner fez o segundo, perdeu o terceiro mais feito da história, mas o Esquerdinha fez direitinho.

Até agora, não sei se o jogo acabou no tempo certo, ou antes, por ordem do doutor Roberto Marinho. Afinal, Jean e Giba, goleiro e técnico do Guarani, conseguiram falar mais palavrões em 90 minutos, do que a Dercy Gonçalves a vida inteira.

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