Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2004Crônicas

Aconteceu nos carnavais

— Agora, a Rádio Cultura fala da Fonte São Paulo, com o repórter Moacyr Castro. Como está a folia aí?

— Seo Cunha, aqui é o Edson Longo, técnico de som. Chama depois; o Moacyr foi dar uma ‘urinadinha’ e já vem.

(Imagine se ele ia falar ‘mijadinha’ no microfone…)

Você se lembra do espetacular Bertazzoli, o Zé do Pito, da escola de samba A Voz do Morro e da funerária Pax Domini? Pois é. O gerente do banco ligou para ele: “Zé, sua letra venceu…” Ele disfarçou: “E a música? Que música venceu?” Um dia, ele tomava lanche do bar do inesquecível Candreva, perto do campo da Ponte. Comeu tudo de tudo e jogou a conversa: “Candreva, você jogava bem, lembra? Marcou muitos gols, né?” Envaidecido, o Candreva entrou: “Puxa, se marquei!”. Ótimo: “Então marca mais esse porque eu não vou pagar agora, tchau!”.

— Voltamos a falar do concurso de fantasias do baile de gala do Tênis Clube de Campinas, com o repórter Eliseu de Oliveira Gouveia. É com você, Oliveira…

— Ao nosso lado, o carnavalesco Clóvis Bornai, que fala com exclusividade para a Rádio Educadora, 15 quilos na antena.

— Aaaai, que antenão!

Certa vez, um jurado ilustre nesse concurso de fantasia, o ex-primeiro-ministro e ministro do Exterior da França, Georges Bidault. Ao lado dele (só em Campinas!), um padre-jurado, o querido Saint Capriotti. Fui firme:

— Aqui com a gente o famoso padre Santo Capriolli!

— Meu filho, você conseguiu, ao mesmo tempo, canonizar uma empresa e me dar uma idéia: ano que vem, virei fantasiado de ônibus!

Agora, gozado mesmo, aconteceu no Camões, baile dos veteranos. (Alguém disse que ali era o Esporte Clube Varizes? Cuidado, o Renato Otranto te pega!). Um grande jornalista fechou a edição da terça-feira gorda e, antes de ir para casa, decidiu dar uma passadinha no baile dos coroas. Aquilo era uma delícia. Duvido que alguém se divertisse mais do que no Camões, na Regente Feijó. Uma simpática senhora, fantasiada, imagine!, de Carmem Miranda, arrastou o jornalista para o meio do salão. A orquestra atacou uma música lenta, antes de arrancar ‘Mamãe eu quero’, só para esquentar o pessoal. Ele inventou de beijar a fulana. Bem na hora, ela prendeu o salto do tamanco num vão do assoalho, estancou no lugar, vergou tanto para trás, que o jornalista caiu e quebrou o pé. Em casa, ele contou que o ascensorista do jornal já havia saído (pobre Florêncio, gente boa, costas largas) e apagou as luzes das escadas. Então, nosso herói tropeçou num degrau e… passou 40 dias fantasiado de enfermo.

Pregado no poste: “Feliz ano novo, 2003 começa amanhã!”

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