Allons enfants!
Esta nossa conversa termina terça-feira, na incrível aventura de franceses exilados em Campinas, depois que o general De Gaulle deu a independência para a Argélia e mandou os descontentes catar coquinhos. Vieram, e o jornalista Mário Alberto, campineiro da gema, cidadão do mundo, vai nos contar como foi. Combinado? Agora, de aperitivo, o festival dos slogans que marcaram a revolta estudantil de maio de 68, em Paris. Ilusões…
O sonho é realidade.
As reservas impostas ao prazer excitam o prazer de viver sem reservas.
Sejamos cruéis!
Tenho algo a dizer, mas não sei o quê.
Todo poder abusa. O poder absoluto abusa absolutamente.
O agressor não é aquele que se revolta, mas o que afirma.
Ser livre em 1968 e participar.
Um homem não é estúpido ou inteligente: ele é livre ou não.
Nós somos ratos (talvez) e mordemos.
Não me libertem, eu encarrego-me disso.
A poesia está na rua.
Façam amor e recomecem.
Gozem sem entraves. Vivam sem tempos mortos. Transem sem cenouras.
A ação não deve ser uma reação, mas uma criação.
Corre camarada, o velho mundo está atrás de ti!
A vontade geral contra a vontade do general.
A Revolução tem de deixar de ser para existir.
Abram vossos cérebros tantas vezes como a braguilha.
E se queimássemos a Sorbonne?
É proibido proibir.
Quando a Assembléia Nacional se transforma num teatro burguês, todos os teatros burgueses devem transformar-se em assembléias nacionais.
Sejamos realistas, exijamos o impossível.
O álcool mata. Tomem LSD.
A liberdade é o crime que contém todos os crimes. É a nossa arma absoluta!
Abramos as postas dos asilos, das prisões e outras faculdades.
A barricada fecha a rua, mas abre o caminho.
Trabalhador, tu tens 25 anos, mas teu sindicato é do outro século. Para mudar isso, vem ver-nos.
Não reivindicaremos nada; não pediremos nada. Conquistaremos. Ocuparemos.
Tomem os vossos desejos pela realidade.
Não é o homem, mas o mundo que se tornou anormal.
Enfureçam-se!
A arte morreu. Não consumam o seu cadáver!
Quanto mais faço amor, mais vontade tenho de fazer a Revolução. Quanto mais faço a Revolução, mais vontade tenho de fazer amor.
Violem vossa Alma Mater.
A sociedade é uma flor carnívora.
O poder tinha as universidades; os estudantes tomaram-nas. O poder tinha as fábricas; os trabalhadores tomaram-nas. O poder tinha as rádios, os jornais e a televisão; os jornalistas tomaram-na. O poder tem o poder; tomemo-lo.
Não é uma revolução, senhor; é uma mutação.
Não vão à Grécia neste verão, fiquem na Sorbonne.
A Humanidade só será feliz quando o último capitalista for enforcado nas tripas do último esquerdista.
Não consumamos Marx.
Pregado no poste: “Sabe o que aconteceu? Nada!”