Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2003Crônicas

Só no Interior

(Favor ler aquele “Interior”, do título, com sotaque bem carregado. Se você já perdeu o jeitão ou veio de fora – mas não de Minas nem de Piracicaba – ligue para o nosso Cecílio Elias Neto, que ele, todo pimpão, vai ensinar.)

Pena que Campinas não seja mais do Interior. Sumiu a placa daquele guichê da Estação da Paulista, onde se lia “Trens para o Interior”. Sumiu a placa; sumiu a Paulista; sumiu o trem; sumiu até a estação… Logo, some Campinas. Pensa que é só na rua que há vândalos? No Poder, está cheio!

No Interior ainda acontece cada uma! Desta vez foi em Garça, ali perto de Marília. Viajava, por isso não sei se os jornais deram. Mas só no Interior ainda existe malandro inocente. No caso, malandra. Veja o que essas meninas aprontaram: seis garotas, todas estudantes universitárias, do curso de Veterinária, foram à casa de uma colega, do mesmo curso, e sentiram como a amiga curtia o cão de estimação da família, um Yorkshire Terrier, que atende pelo nome de Rian. Tanta dedicação ao bicho devia valer alguma coisa. E valia.

As amigas sumiram com o melhor amigo da amiga A dona, desesperada, anunciou, apelou, pregou aqueles folhetos nos postes de Garça (Pensa que não funciona? Dona Izalene que o diga!). De repente, no meio da semana, começam os telefonemas: gente interessada em saber quanto ela daria para ter o cachorro de volta. Puts! Seqüestro de cachorro! Só no Brasil. A dona falou: “R$ 1.500,00.” Tudo acertado, Rian seria trocado pelo dinheiro numa lanchonete de Garça. A polícia chegou junto e as seis “amigas” da amiga foram presas. Eram amigas, mas da onça. Diante do doutor delegado, disseram que tudo foi brincadeira. As malandras inocentes deveriam pegar pelo menos um mês de ‘cana’ para não desmoralizar a malandragem.

Agora, malandro mesmo, apareceu em São Joaquim da Barra. Quem contou foi o boa gente Manuel Branco, na TV Local, da EPTV aqui de Ribeirão Preto. Velório na terra da soja. Diz o Manuel que lá ainda existe o hábito de se colocar algum dinheirinho no caixão do defunto. (Nunca soube desse costume nem ouvi nada parecido, para saber se é piada. Como ele falou a sério…).

Aí, um cidadão apareceu e perguntou a um dos que choravam o morto, quanto já haviam colocado ali. O homem pegou todas as cédulas, contou e disse: “R$ 50,00.”. O gaiato pegou tudo e deixou um cheque de R$ 60,00 dentro do caixão. Será verdade?

Pregado no poste: “Parece que votar nos filhos delas não dá certo”

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