Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2004Crônicas

Bolas para o Lemão!

 

Estava cheio de dedos (uns dez, pelo menos) para contar estas hitórias, mas não há jeito. Por favor, tire as crianças da sala. Na região e os campineiros de outras terras vão dizer: “Isso é coisa de campineiro, mesmo.”. E olha que o Lemão nasceu em Cosmópolis, só licenciava o carro lá, para disfarçar. Mas torce para o Guarani. Quando o Bugre perde, diz que é São-paulino. E vice-versa.

Semana passada, conversmos aqui sobre aquele filhote de cachorro que deu um tiro num homem mau, lá nos Estados Unidos. Lemão telefonou para cobrar: “Você se esqueceu do Nick, cachorro do Lineu? Então. Um dia o Lói (irmão do  Lineu), foi brincar com o Nick e levou uma mordida na perna. Sabe o que o Lói fez? Deu uma dentada na orelha do cachorro! Levaram o Nick para o veterinário, porque o pobrezinho corria o risco de pegar cirrose!”.

(Para quem não se lembra, Nick é aquele cachorro que só fax xixi, quando o dono chega em casa à noite, e solta um balão-galinha. Aí o Nick, todo feliz, salta, late, abana o rabo e faz xixi… Não se dá com postes. Ainda bem…)

Lemão estava brabo, porque tinha de ir a um casamento. Até brigou com a família. Olha só as histórias que me contou:

“Não agüento ir a festinhas de crianças. Outro dia, fui e me puseram nariz de palhaço, chapéu e as orelhas do Mickey. Pô, já tô com sessenta anos, não fica bem. Depois, me levaram ao casamento de um advogado. Lugar cheio de gente. Senhoras, senhoritas, adolescentes, crianças, todo mundo lá. Os amigos do noivo apareceram com dois bolos, cobertos, para ninguém ver. Vai ouvindo. Inventaram de sortear o bolo em pedaços entre os convidados. Com o perdão da palavra, um bolo imitava o órgão genital feminino e o outro, o maculino, enorme, completo e… coloridos. Morri de vergonha ao ver aquilo. Falta de respeito! Todos tinham acabado de chegar da igreja, meu Deus! Casamento é coisa séria! De repente, gritaram meu nome. Adivinhe que parte do bolo sobrou pra mim! Levantei e fui embora. Festa assim, nunca mais! Não quero saber disso, não.”.

 

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