Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002

Uma rosa para todos

 

Denise de Itapeva perto de Itararé divisa com o Paraná
Aos 23 já era delegada, decidida; morena. Chegou aos 23 em Campinas; não é estreante, já conhece todas as malandragens, é o castigo na polícia, não rende nada – não dá para ser corrupto; se não esclarece é um fracasso; lugar que ninguém quer, ela aceitou; estigmatizado – não conseguiu esclarecer crimes. Só 36% dos crimes de morte são esclarecidos em Campinas. É o shpp do da dig. Quem matou odete reutemann, salomão ayala, só uma viatura; ela e 13 investigadores e um escrivão e uma viatura. Uma rosa para todos. Essencial é estar no local. É a nossa detetive dos filmes americanos columbo e kojak – investigadora. Homicídio: média de dois por dia. Começa a investigar um e toninho gato foi preso em americana; estava foragido há oito meses.

Já sofreu todos os trotes

Aos 26, delegada assume Setor de Homicídios
Marcelo de Oliveira, Agência Anhangüera
Aos 26 anos e há apenas dois na Polícia Civil, a delegada Denise
Florêncio Margarido enfrenta o maior desafio de sua rápida carreira.
Ela é a primeira mulher da história de Campinas nomeada para ocupar a chefia do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) da cidade, uma das áreas mais movimentadas da Polícia Civil. Itapeva. Ontem à tarde correu atrás de bandido, investigar, no local, não quer fotos para não ser reconhecida, isso! estrela é para atriz de novela. Começou bem.
Com apenas nove dias na função – assumiu no último dia 16 -, está em fase de reconhecimento do terreno antes de tentar colocar em prática seus projetos para melhorar a eficiência dos esclarecimentos de crimes na cidade, que só em 2001 teve 667 homicídios registrados. No entanto, ela antecipou ontem algumas de suas prioridades: aceleração do processo de informatização, melhoria da infra-estrutura e acompanhamento, in loco, nos locais dos crimes. Outra proposta visa a motivação da equipe policial, por meio de incentivo a cursos de aperfeiçoamento. Aprovada em concurso público realizado no final de 1999 e
empossada em janeiro do ano seguinte, Denise, formado em
Direito, chegou a Campinas em setembro do mesmo ano,
designada para o mesmo setor, onde trabalhou em sistema de
plantão, ao lado de outros quatro companheiros, por três meses.
Nos meses seguintes, respondeu pelos 9º e 5º Distritos Policiais,
considerados os mais problemáticos da cidade e com alto índice
de criminalidade.
Foi justamente o bom desempenho nas antigas funções e o
“sangue novo” que a credenciaram ao atual posto.
O período em que trabalhou no Setor de Homicídios e nos DPs foi
suficiente, segundo a delegada, para que pudesse acumular
experiência na área. No entanto, ela esclareceu que se tratam
de posições diferentes. “Os plantões policiais são como uma
clínica geral, onde se atende a todo tipo de ocorrência e não
são efetuadas investigações”, contou, sobre o período em que
esteve na equipe de Homicídios.
Já o tempo nos DPs foi suficiente para dar a ela uma noção do
outro lado, onde tinha o papel de investigar os crimes. Nestes
meses, ela acompanhou pessoalmente as ocorrências em campo,
levantando as primeiras informações no local dos fatos. Este
acompanhamento, embora saiba que será mais trabalhoso pelo
volume, a delegada pretende dar continuidade. “Fica mais fácil a
identificação de alguns autores. Você levanta muitos elementos,
testemunhas, importantes para puxar a linha de um início de
investigação. Estando no local o andamento muita coisa”.
Prioridades
A primeira delegada do Setor de Homicídios de Campinas disse
ter “muitos planos” a implementar, os quais serão discutidos com
seus superiores. No entanto, antecipou a continuidade e
aceleração da informatização dos trabalhos, iniciada pelo seu
antecessor, Roveraldo Battaglini, deslocado para o posto de
Ouvidor da Polícia Civil, além da melhoria da infra-estrutura
material – de câmaras fotográficas a viaturas.
Para a delegada, melhorar o sistema de informatização é uma
prioridade para aprimorar as investigações e os resultados finais
dos trabalhos. A idéia, apoiada por seus superiores, é tornar o
acesso aos cadastros das ocorrência mais fácil, permitindo a
agilização das investigações.
“Este sistema já começou a ser implantado e vamos dar
continuidade”. Segundo a delegada, depois de totalmente em
operação, o sistema vai permitir aumentar o número de casos
esclarecidos na cidade, o qual, garante, já vêm melhorando ao
longo dos últimos meses.

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