Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2009Crônicas

Um diploma para o presidente

Antigamente, era muito mais difícil. Para alguém se formar na universidade, era preciso estudar pelo menos cinco anos. Hoje, a gente escolhe a carreira e compra o diploma pela Internet, já reconhecido pelo MEC. É o maior balcão de ofertas do mundo. Por isso, nunca morreram tantos doentes; caíram tantos prédios; deu tanta dor de barriga; tantos bandidos são absolvidos e, reconheço, nunca se escreveu tão errado como nos dias de hoje.

É tão fácil, que outro dia, mesmo naquele país onde o computador não tem memória, apenas uma vaga lembrança, dois amigos foram jogar tênis e voltaram descalços. Na hora de comprar outro par para cada um é que se deu a confusão. “Qual o tamanho do nosso tênis? Será que eles vão entregar direitinho?”. E digitaram no Google: “Tamanho do tênis”.

Caíram no site errado e… pronto! Lá estavam eles numa página de sex shopping procurando tênis. Não conseguiam entender como aquela página oferecia aqueles tênis esquisitos e tão baratos. Mais: vendiam até tratamento para aumentar o tamanho do tênis, bem diferente daqueles pés de madeira que aumentavam o tamanho do sapato – lembra? Não? Também, há quanto tempo você não leva seus sapatos a um sapateiro? Não vá levar seu tênis para aumentar ali, que deve doer pra burro, se o sapateiro entender errado…

Veja que profusão de ofertas para quem procura: inibidores de apetite; drogas, então, é uma farra, nem sei porque ainda existe traficante. Você compra sem levar nenhuma bala perdida.  Vendem Cytotec, para acabar com úlcera ou com o útero – basta depositar R$ 400,00 por oito comprimidos em uma conta e o veneno chega em uma semana. A dosagem depende do tempo de gestação. O diploma universitário já sai por apenas R$ 180,00 reais, com chancela do MEC e histórico escolar. Um dos fraudadores garante até carteirinha da OAB. Em nove dias, o “Zé Ninguém” vira médico. Pode até virar presidente. Ou filósofo.

Interessante é que a lei 6.538 / 78 determina aos Correios vigiar a correspondência. Mas você acha que adianta? Tem gente que tira carteira de motorista por telefone…

(Um amigo do Vicentão Torquato não morreu. Ele entrou no quarto do homem, com caixas e caixas de velas, e perguntou: “E agora? O que eu faço com isso, pô!”)

Pregado no poste: “Tão gorda, que trocou a Playboy pela Globo Rural”

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