Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2010Crônicas

Tudo a ver

Neste interiorzão acontece cada uma! Ainda mais depois que tiraram a placa de “Trens para o Interior” da Estação da Paulista. Ah é! Já tiraram até a estação. Em Campinas, não acontece mais nada de bão. Como a do “coronel” que vinha de Poços a Campinas, de ônibus (o trem da Mojiana já era). Fumava um picadão e o motorista teve de parar na beira da estrada. Ouça a conversa:

— Coronel, desculpe, mas o senhor não leu na placa que é proibido fumar?

— Quê!? Se eu fosse obedecer cada placa, ia tomando Coca-Cola daqui até lá… Já pensô, sô?

Tempos em que no serviço de alto-falante da Vila Industrial, a voz espetacular do Ary B. Pontes anunciava: “Na Vila, 15 horas, acerte seu cronômetro; temperatura de 29 graus, acerte seu termômetro.”

Agora, aconteceu esta ‘revolta’ religiosa em Marcondésia, pujante distrito da não menos pujante Monte Azul Paulista. Lá vivem 1.200 habitantes. Marcondésia tem fama de reduto dos solteiros, porque metade da população não se casou ou é divorciada, de acordo com o último censo.

Vai daí que o santo casamenteiro fez fama e deitou na cama. Adivinha quem é o padroeiro de Marcondésia? Ele mesmo. Revoltada com a falta de namorado, noivo, marido, um amante que seja, as moçoilas aproveitaram a reforma da igreja e nem tchum para colocar a imagem de Santo Antônio outra vez no mesmo lugar. Está lá o nicho vazio.

Aqui em Campinas, elas deram um jeito e trocaram o santo por uma santa, de nome Meyre Raquel Tosi, no século. Mas não adianta procurá-la nem rezar para ela. Não dá plantão em igreja alguma nem aceita esmola. Vejam o que ela conta:

“Anos atrás, estava eu andando pelas ruas, quando um casal me pediu — na frente do cartório da Rua Luzitana — que fosse testemunha do casório deles. Como ela estava em adiantado estado de gravidez, achei melhor não deixar o rapaz escapar… As mulheres, afinal, devem se unir nessas horas. Fui. Na hora das assinaturas, o escrivão (seria o juiz?) me perguntou três vezes se o rapaz não era tio dela! Eu continuei firme na minha cruzada de dar marido a quem está barriguda e afirmei que não. Afinal sou velhinha campineira e essa mesquinharia de ser ou não mãe solteira faz a maior diferença para a tradicional família campineira!

E recentemente, fui convocada (ou invocada?) novamente testemunha do casamento de um funcionário da limpeza da Puccamp. Este malandro já tinha dois filhos com a moça. Filhos, aliás, que participaram de tudo.  Bom, também tive de responder perante ‘os da lei’, que sabia que não eram tio e sobrinha… Parece-me que a lei também não deixa. Vou investigar por aqui. Talvez não seja informação importante para nós, mas tenho urticária quando fico curiosa…”

Pregado no poste: “Fidel Castro não vem ao Brasil, com medo do paredão do BBB?”

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