Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002

Só mudaram as moscas?

Quem matou o Toninho? Quem matou o Celso Daniel? Quem seqüestrou o Roberto Benito Júnior? A polícia não descobriu nada nem faz idéia. Trocaram o comando da Secretaria de Segurança Pública: saiu Petreluzzi e entrou o Saulo. Em cima do laço, descobriram a quadrilha de terroristas que seqüestrou o Washigton Olivetto. Dá até para desconfiar: foi só o Petreluzzi sair, racharam o seqüestro. Mas não adianta ficar otimista, porque nenhum dos dois tem nada a ver com o êxito, nem com o crime, claro. Muito menos a polícia. A libertação do Olivetto não resultou da investigação policial nem da perícia que, no Brasil, nem sempre rima com polícia.
E esse ilustríssimo governador que arrumaram pra nós aparece na televisão e diz: “Estamos virando o jogo…” Estamos, quem, cara pálida?!
Os terroristas foram pegos por causa da desconfiança de um jovem guarda de Serra Negra, que percebeu algo de anormal na conduta dos bandidos que habitavam uma das “células” do esquema (para ficar no jargão deles). E graças à esperteza de uma jovem estudante de medicina, que usou seu estetoscópio para entender porque na casa vizinha alguém gritava por socorro.
Falar nisso, esse ilustríssimo governador que arrumaram pra nós prometeu R$ 50 mil para quem ajudasse a desvendar o seqüestro e não pagou ninguém. Ele não é uma ‘gracinha’, Hebe? Fala que sim, Hebe, se não o Sílvio te põe na madrugada.
Também foi alguém que avisou sobre uma casa suspeita em Americana. A polícia foi lá e estourou tudo. Não fosse alguém, a polícia (e os bandidos), até hoje…
Agora, estranhamente, quase sempre, quando a violência é contra a polícia, os culpados aparecem rapidinho. Semana passada, por exemplo, jogaram bombas contra a sede da Secretaria da Administração Penitenciária, lá em São Paulo. Graças a Deus, e à eficiência da polícia, já existem dois suspeitos devidamente engaiolados.
Se Caim tivesse matado Abel em São Paulo, será que a polícia já teria descoberto o autor do crime?
Pregado no poste: “Socorro, é a polícia!”

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