Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2009Crônicas

Reféns

Não se deve fazer jornalismo em causa própria, mas tenho consciência tranqüila depois de ler desabafos e denúncias de mais de 300 internautas no site do UOL contra essa espanhola chamada Telefonica, campeã de reclamações nos serviços de defesa do consumidor. São todos vítimas.

A imagem que tenho dessa empresa (?) é a mesma passada pela magistral atriz Marieta Severo encarnando outra espanhola de triste memória: Carlota Joaquina. Quando a Telefonica for embora do Brasil (espero que seja logo), ela também baterá a sola do sapato, agora na escada do avião, para não levar nem o pó desta terra que lhe abriu as portas para ela calar nossa voz, nossas comunicações e ainda se enriquecer com isso.

Pasme, ela consegue ser pior do que a Telesp. E pensar que um neto de Carlota Joaquina foi o primeiro homem a falar ao telefone, assim que foi inventado. Dom Pedro II protagonizou a exibição pioneira, na Feira do Centenário da Independência dos EUA, na Filadelfia, atendendo ao chamado do inventor, Alexander Graham Bell. E exclamou: “Meu Deus! Isto fala!” Claro! Até latas de massa de tomate ligadas por barbantinho falam. Só a Telefonica não sabe o que fala.

Uma de suas atendentes, coitada, chegou a me dizer que em Ribeirão Preto não há Telefônica. Pensando bem, acho que ela está certa. Outro falou que não pode revelar o endereço da coisa, porque a matriz teme um atentado do ETA. Mas no Brasil!? Um confessou que “isso é pirraça de atendente” – mas eu nunca os destratei.

Desde o fim do ano passado, ela decidiu desprezar sistematicamente, pelo menos no meu caso, quem liga para 10315. Chegou a me deixar doze dias sem seus serviços de Internet. Ligava três, quatro vezes, por dia, e ouvia as explicações mais estapafúrdias, típica de quem não sabe nada do que está falando. Depois, me deixou três dias sem telefone – creio que foi para se vingar das cartas que mandei para a imprensa. E nunca mais a Telefonica restabeleceu seus serviços decentemente. Mas a conta chega mensalmente.

Pelo menos quatro vezes, inacreditável, recebi telefonemas de seus atendentes fora do expediente deles, pedindo desculpas por não conseguirem resolver o problema. Invariavelmente contam que a empresa não lhes dá treinamento nem orientação técnica. “A gente fala qualquer coisa e empurra o cliente com a barriga. Lá é assim…”

Domingo passado, a velocidade do speedy, descobri, sempre foi quatro vezes menor do que a que eu pago. Mandaram-me procurar o departamento comercial!

Já me mandaram entrar na justiça. Que Justiça? Semana passada, um ministro do Superior Tribunal de Justiça mandou soltar 16 traficantes de drogas, todos do PCC, que cumpriam pena na cadeia da cidade de Serrana.

Pregado no poste: “Que droga!”

 

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