Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2011Crônicas

Quem trabalha tem direito

Não espalhe, se não, eles darão um jeito de censurar a notícia. Nessas eleições, Campinas tem 6,2 mil presos “aptos a votar”. A diferença entre apto e inapto é o tamanho do medo das “otoridades” de entrar nas carceragens de bandidos mais ou menos perigosos, e abrir a urna para eles. O Estado se rendeu ao crime. Depois, os eleitos dizem: “No meu governo…” Governo de quem? O que todos precisamos é exigir o número das seções eleitorais que receberão os votos dos mais bonzinhos, para saber quem eles elegeram. Conheceremos, por exemplo, se os votos da cadeia foram decisivos para eleger um candidato, principalmente, se ele tiver mais votos dentro do que fora das grades. Estes, portanto, jamais poderão afirmar que representam o povo, porque na verdade, estarão no poder por vontade dos marginais. Pena que as ‘otoridades’ temam abrir a urna para todos.

Senhores candidatos, não tomem isso como provocação. É que no Brasil, boa parte dos homens públicos, eleitos ou servidores, de estatais ou da administração direta, concursados ou não, dos três poderes (ou três fraquezas?) parece ignorar que o dinheiro que recebem vem do suor de quem trabalha. E quem trabalha, senhores, manda e tem a obrigação, o dever e o direito de saber tudo o que os senhores fazem, quanto os senhores ganham, para onde vão ou deixam de ir a serviço, em qualquer tempo e lugar.

Se eu abordo vereador, faxineira, secretário municipal, prefeito, jardineiro, seja lá quem for, e pedir que ele me diga quanto ganha, ele é obrigado a me informar e eu tenho o direito de verificar na repartição do indagado se ele falou a verdade ou mentiu. Se ele negar a informação a nós, que pagamos impostos (na marra) para sustentá-lo, devemos transformá-lo em suspeito na hora. O mesmo serve para todos os aposentados dos tais poderes públicos. Imagine o funcionário de uma empresa esconder do patrão quanto ele ganha. No Poder, o patrão é o povo. E só o povo – o resto é chefe, chefete, assistente, adjunto, encarregado… Todos esses, sempre, a serviço, primeiro, do povo.

Dia desses, abro o sítio da nossa Egrégia, que não é universal, e vejo que 13 dos 33 vereadores escondem do povo a idade: vaidade, medo de parecer velho (isso é preconceito deles contra os idosos?). São eles: Antônio Flores, Artur Orsi, Campos Filho, Leonice da Paz, Pedro Serafim Junior, Tadeu Marcos, José Carlos Silva, Dario Saadi, Sebastião dos Santos, Jorge Schneider, Rafael Zimbaldi, Sérgio Benassi e Valdir Terrazan. A Leonice, o Benassi e o Thiago Ferrari escondem também o nome do lugar onde nasceram.

Pregado no poste: “Campineiro virou substantivo abstrato?”

 

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