Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2010Crônicas

Quem tem, tem

Foi-se a última chance de perguntar algo de interesse do povo aos candidatos. Como ninguém perguntou, nem eles pra eles, a ferida continua aberta e amanhã é dia de dar o salto no escuro. Vamos para as urnas, que bem podem ser funerárias ou de cinzas de crematório, sem sabermos o que cada um pensa (se é que pensa) como combater o maior problema da Nação: o tráfico e seus traficantes. O cultivo da droga e o curativo dos drogados. Nunca participei de debate político algum, porque, penso, tenho vergonha na cara. Mas desde que um FHC indignado confessou diante das câmeras que combinara com o jornalista Bóris Casoy que este não perguntaria se ele acredita em Deus, fico na dúvida: será que fazem um pacto de silêncio sobre as drogas? Repito: medo, interesse, covardia, cumplicidade?

Agem tão livres, que não assusta se já no próximo Carnaval desfilarem na avenida em blocos, tubetes, cordões ou zombando da platéia de trouxinhas. Não foram as escolas seus primeiros alvos, mas das escolas de samba para as salas de aula, a evolução foi um pulo, que dispensou alegorias, estandartes, comissões de frente ou de traseiros. O enredo é sempre o mesmo: animada marcha fúnebre, que, claro, será festejada até pelos eleitos – alguns, como forma de agradecimento, talvez. Nos palanques, é certo, haverá os que não querem nosso bem, só nossos bens, embora sejam responsáveis por nossos males.

Mudando de pacto pra banco, juro que não pretendo levar intranqüilidade ao mercado financeiro nem provocar corrida às agências bancárias. Mas é que gato escaldado tem medo até de água frita. De fria, então… Mas meus temores procedem. Lembro-me perfeitamente da importante coluna “Informe JB”, diariamente numa página par do primeiro caderno do criminosamente extinto ‘Jornal do Brasil’. Na véspera da posse daquele Collor, hoje aliado do Lulla, sua ministra do dinheiro, ex-mulher da encarnação do Justo Veríssimo, prometeu que não mexeria na caderneta de poupança de ninguém. Mas o que ela fez no primeiro dia de mandato? Quanta gente morreu ou seu matou, por causa dessa promessa não cumprida? Conta de campanha é muito cara e é o povo quem paga. (Neste momento, tarde de 1º de outubro de 2010, leio uma ameaça sinistra do ministro Guido Mantega em vários jornais: “Não haverá aumento de IOF antes das eleições; depois, não sei.”.

Quando confiscou as poupanças, Zélia disse: “O povo é só um detalhe.”. Justo o Justo Veríssimo, cujo criador se casou com ela, diz: “Eu quero que o povo se exploda!”. Tenho certeza de que o Lulla não diria isso. Mas dirá outra coisa!?

Pregado no poste: “Ele não sabe conjugar explodir no presente do subjuntivo”

 

Foi-se a última chance de alguém perguntar algo de interesse do povo aos candidatos. Como ninguém perguntou, nem eles pra eles, a ferida continua aberta e amanhã é dia de dar o salto no escuro. Vamos para as urnas, que bem podem ser funerárias ou de cinzas de crematório, sem sabermos o que cada um pensa (se é que pensa) como combater o maior problema da Nação: o tráfico e seus traficantes. O cultivo da droga e o curativo dos drogados. Nunca participei de debate político algum, porque, penso, tenho vergonha na cara. Mas desde que um FHC indignado confessou diante das câmeras que combinara com o jornalista Bóris Casoy que este não perguntaria se ele acredita em Deus, fico na dúvida: será que fazem um pacto de silêncio sobre as drogas? Repito: medo, interesse, covardia, cumplicidade?

Agem tão livres, que não assusta se já no próximo Carnaval desfilarem na avenida em blocos, tubetes, cordões ou zombando da platéia de trouxinhas. Não foram as escolas seus primeiros alvos, mas das escolas de samba para as salas de aula, a evolução foi um pulo, que dispensou alegorias, estandartes, comissões de frente ou de traseiros. O enredo é sempre o mesmo: animada marcha fúnebre, que, claro, será festejada até pelos eleitos – alguns, como forma de agradecimento, talvez. Nos palanques, é certo, haverá os que não querem nosso bem, só nossos bens, embora sejam responsáveis por nossos males.

Mudando de pacto pra banco, juro que não quero levar intranqüilidade ao mercado financeiro nem provocar corrida às agências bancárias.  Até porque há bancários em greve, dizem, só para engrossar a panfletagem. Mas é que gato escaldado tem medo até de água frita. De fria, então… Meus temores procedem. Lembro-me perfeitamente da importante coluna “Informe JB”, diariamente numa página par do primeiro caderno do criminosamente extinto ‘Jornal do Brasil’. Na véspera da posse daquele Collor, hoje aliado do Lulla, sua ministra do dinheiro, ex-mulher da encarnação do Justo Veríssimo, prometeu que não mexeria na caderneta de poupança de ninguém. Mas o que ela fez no primeiro dia de mandato? Quanta gente morreu ou seu matou, por causa dessa promessa não cumprida? Conta de campanha é muito cara e é o povo quem paga. (Neste momento, tarde de 30 de setembro de 2010, leio uma ameaça sinistra do ministro Guido Mantega em vários jornais: “Não haverá aumento de IOF antes das eleições; depois, não sei.”.

Quando confiscou as poupanças, Zélia disse: “O povo é só um detalhe.”. Justo o Justo Vérissimo, cujo criador se casou com ela, diz: “Eu quero que o povo se exploda!”. Tenho certeza de que o Lulla não diria isso. Mas dirá outra coisa!?

Pregado no poste: “Ele não sabe conjugar explodir no presente do subjuntivo…”

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