Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002Crônicas

Quem procura…

As feministas vão me matar, mas a Kátia Suely (muito prazer) leu num jornal de Fortaleza e mandou para o bom radialista Reinaldo Gottino, da CBN-São Paulo, que me mandou este anúncio publicado por um descasado:

“Homem de 40 anos, que só gosta de mulher, após casamento malsucedido, procura mulher que só goste de homem.”. As exigências baseiam-se em suas relações pós-desquite e que deixaram marcas em sua personalidade. Fora as de mau gosto, ei-las:

“Ela precisa ter entre 28 e 40 anos e um grau razoável de escolaridade, para que não diga, na frente de estranhos: ‘menas veiz’, ‘quando eu se casei’, ‘úrsula do estrômbago’, ‘eu já se operei do apênis’, ‘é de grátis’, e outras pérolas. Os olhos podem ter qualquer cor, desde que sejam da mesma e olhem para a mesma direção. Os dentes, além de extremamente brancos, devem permanecer na boca quando ela se deitar e nunca dormirem mergulhados num copo d’água. Os seios têm de ser firmes, do tamanho de um mamão papaia, cujos mamilos olhem sempre para o céu, quando muito para o purgatório, nunca para o inferno. Devem ter consistência tal que não escapem pelos dedos, como massa de pão.

Por motivos óbvios, a boca e os lábios devem ser macios e polpudos (não confundir com beiço), e ter elasticidade para engolir todo, ou parcialmente, um sorvete de uma bola. A barriga, se existir, que seja muito pequena e discreta e não um ponto de referência. Em qualquer outro lugar que eventualmente se possa imaginar, os pêlos são abomináveis, principalmente embaixo do braço e em outras regiões mais distantes.

É desejável que ala não boceje, não ria, não fique vendo as horas no rádio-relógio, não durma nem cochile. Descarto imediatamente as que foram, ou imaginam ter sido, maltratadas pelo primeiro namorado, vizinho, padeiro, padre, leiteiro, pedreiro, segurança… Precisará ter um carro que ande, nem que seja Brasília, ou tenha dinheiro para o táxi, porque não tenho mais paciência para levar namorada de madrugada para casa.

Em casa ou no restaurante, não permitirei que ela palite os dentes, nem usando a outra mão, com o dedo mindinho apontado para o teto, tentando ‘encobrir’ as falhas dentárias. Nem deixarei que ela leve sobras de comida para casa, como pedaços de pizza, frango assado, restos de hambúrguer ou batatinha frita ou o que sobrou do vinho, com a desculpa de dar à faminta empregada que a aguarda em casa.

Cartas, com foto recente de corpo inteiro, frente e costas, para a redação deste jornal, para o codinome: ‘Cachorro mordido por cobra tem medo até de barbante’”

Pregado no poste: “Alguém topa?”

 

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