Protestalizando!
É hoje! Inspirados por duas maravilhosas professoras, uma de Português e outra de Canto Orfeônico, dois ex-alunos do Colégio Culto à Ciência decidimos, cada um a seu modo, protestar contra duas pragas que colonizam nosso idioma. É essa maldita mania de colocar os verbos no gerúndio e trocar suas belíssimas terminações por “izar”.
De tanto lermos mensagens em Português corretíssimo e rico como ele só, de dona Joaquina Elisa Ribeiro Sampaio de Melo Serrano (a dona Quinita), sob as bênçãos de dona Maria Aparecida da Mota Aguiar (a Mariinha, que, a pedido de Deus, ensina música no Céu), o Guilherme Nucci, na Gazeta de Vitória, e eu, cá no nosso Correio Popular, vamos, nesta terça-feira, rasgar o verbo. Em homenagem à querida Mariinha, imaginei como fica o Hino Nacional, nesta linguagem absurda que dizima o Português. Perdão, mestra, mas lance aí do Céu um raio de brasilidade nesses medíocres.
Podem ter escutalizado do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbalizante,
E o sol da Liberdade, em raios fulgilizados,
Vai estar brilhando no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Podemos estar conseguindo conquistalizar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafializa o nosso peito à própria morte!
Ó Pátria que pode estar sendo amada,
Idolatralizada,
Salvalizada! Salvalizada!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra vai estar descendo,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandeliza.
Gigante pela própria natureza,
És belo, vais estar sendo forte, impávido colosso,
E o teu futuro vai espelhizar essa grandeza.
Terra que pode estar sendo adoralizada,
Entre outras mil,
Vais estar sendo tu, Brasil,
Ó Pátria amalizada!
Dos filhos deste solo podes estar sendo mãe gentil
Pátria amalizada, Brasil!
Vais sendo deitado eternalizadamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e a luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminizado ao sol do novo mundo!
Do que a terra mais garrilizada
Teus risonhos, lindos campos podem estar tendo mais flores;
“Nossos bosques vão estar tendo mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.
Ó Pátria que pode estar sendo amada,
Idolatralizada,
Salvalizada! Salvalizada!
Brasil, de amor eterno, vai estar sendo símbolo
O lábaro que ostentas estrelizado,
E possa estar sendo dito no verde-louro desta flâmula
Paz no futuro e glória no passado
Mas, se vais estar erguendo da Justiça a clava fortalizada,
Poderás estar vendo que um filho teu não está fugindo à luta,
Nem vai estar temendo quem te adoraliza, a própria morte,
Terra adoralizada
Entre outras mil,
Pode estar sendo tu, Brasil,
Ó Pátria amalizada!
Dos filhos deste solo vai estar sendo mãe gentil,
Pátria amalizada,
Brasil!
Pregado no poste: “Cuidado, podem estar nos babacalizando!”