Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2007Crônicas

Prescritas

Agora já posso contar, porque o tempo apagou.

Velório do piloto de Fórmula 1 José Carlos Pacce, morto na queda de um avião no mesmo lugar onde morreram os Mamonas Assassinas. O ex-governador Paulo Egydio Martins lamenta: “Absurdo! Em vez de morrer nas pistas, vai se acabar num teco-teco em Mairiporã!”.

Aeroporto de Marília, 1976: o ex-deputado federal Ruy Silva, sua digníssima esposa e este locutor que vos escreve esperávamos a chegada do governador Paulo Egydio. Ruy tira o picadão da boca, dá uma baforada, olha para a mulher, olha para mim e avisa: “Ocêis fica conversando aqui fora, que eu vou ali dá uma cagadinha e já vorto…”

Escritório do ex-governador Roberto Abreu Sodré, tarde de chuva. Toca o telefone e alguém fala que o ex-governador Carvalho Pinto acabara de morrer. “Morreu um grande governador…”, lamenta Sodré. “Morreu o último governador que São Paulo teve…”, emendei eu.

Tarde modorrenta espremida entre dois feriados, gabinete do prefeito de Campinas. Entra a cantora Emilinha Borba. Vice Otávio Ceccato, interino no cargo, é todo mesuras: “É uma honra recebê-la em nossa cidade, onde mora a senhora sua mãe!”. “Pois é, mas infelizmente, mamãe morreu faz seis anos!”.

— Ladeira! Ladeira! Diz aí para os ouvintes da Rádio Cultura: o que vocês estão reclamando do juiz?

— Eu não sou o Ladeira!

— Então, quem é você!

— Edson Arantes do Nascimento.

Puts! Pelé jogando no Guarani e eu não sabia!

Ganha a obra completa do Zé Sarney quem acertar o autor destas besteiras:

Em Aracaju: “Todo mundo tem o direito de ser contra, a favor ou muito pelo contrário.”.

Em São Bernardo do Campo: “Na vida de um ser humano, acontecem muitas coisas que normalmente ele não prevê que vão acontecer.”

No Acre: “No Brasil inteiro, todo mundo fala o português, do Oiapoque ao Chuí”.

Lá, de novo: “À medida que a gente vai tendo acesso à saúde, a dentista, a gente vai percebendo que não há ninguém 100% feio nem ninguém 100% bonito. Ou seja, todo mundo pode ser melhorado”.

Na Inglaterra: “Daqui a dois ou três anos, possivelmente não sejamos muitos dos que estão aqui. Talvez sejam outros. E nem será o Tony Blair que estará convidando, será outra pessoa.”.

Em Brasília: “Nada, nem chuva, nem geada, nem terremoto, não tem cara feia, não tem nem o Congresso, nem o Poder Judiciário. Só Deus seria capaz de impedir que a gente faça este país ocupar um lugar de destaque, que ele nunca deveria ter deixado de ocupar”.

Pregado no poste: “País do futuro? Terra do Nunca!”

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