Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2008Crônicas

Por aí…

Salvador Asta, o mais elegante alfaiate do mundo, contou para o Udine La Serra, o único antiquário que vende novidades, uma historinha acontecida no século passado, no saguão da hoje irreconhecível Estação da Paulista. Os irmãos Enrico, Conceta e Domenico foram ao médico. O ‘dotore’ pedira exame de fezes e de urina aos três. Fideli, pai de Salvador, viu Enrico com um garrafão de vinho passando pela linha do trem e perguntou: “Enrico! Dove vá?”

— Tô levando o material para o dotore examiná…

— Mas num garrafon, Enrico!?

— Giusto! Juntei o de “noi tre” tudo aqui…

Enquanto isso, dona Rose Afonso, aquela que viu a Ponte jogar de verde-branco, pediu à Telefonica para instalar um telefone fixo, em sua casa, em Campinas. Da primeira vez, o funcionário ligou para ela dizendo que não achava o endereço. Sabe onde ele estava? Em Poá! E mandou dona Rose fazer outro pedido. Fez. Outro funcionário da Telefonica não achava o endereço. O elemento procurava a Rua Bráulio Gomes na Rua Dom Pedro. E a mandou fazer o terceiro pedido. É mais fácil carregar o orelhão da calçada pra dentro de casa. Para mim, o “102” disse que em Ribeirão Preto não tem Telefonica.

A irresponsabilidade é monstruosa. Um trólebus de Ribeirão foi multado por trafegar em Santo André com a placa vencida. O livro “Raízes do Brasil”, obra-prima do Sérgio Buarque de Holanda foi parar na seção de Botânica da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

É bom ficar atento. Dona Rose “tem parte” com Barreto Leme. Ela acha que por trás da discussão do aumento do salário dos vereadores (que o povo paga sem ser consultado) há algo escondido. Falar nisso, enquanto cada vereador custa (e como custa!) para os campineiros R$ 1.9 milhão por ano, a Hillary Clinton, como secretária de Estado dos Estados Unidos, custará para o Tesouro americano US$ 169.300 por ano.

Aconteceu em Campinas, há três semanas. Num evento ali perto do velho Palácio da Mojiana, um empresário queixava-se para a platéia: “O governo quer estender a licença-maternidade para seis meses. Quer dizer, a moça pede emprego para mim, fica grávida e eu sou obrigado a sustentá-la por seis meses, sem ao menos ter participado da transa.”. Outro, só referia ao Barack Obama como “aquele crioulo”.

Em Campinas, uma negra preferia ser escrava do Barão de Itapura a ser vendida para o republicano Francisco Glicério. Vá entender.

Pregado no poste: “Vaidoso é aquele que no dia do aniversário parabeniza a mãe”

 

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