Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2006Crônicas

Por aí…

Conta o repórter João Nunes, o jornalista que mais lê no Brasil: “Miguel Arcanjo Correa anunciou a venda de seu cinema, em Boituva: ‘Vende-se um cinema. Cabine completa: R$ 105 mil.’” Meu sonho é ver uma anúncio assim: “Vende-se igreja caça-níquel. Ótimo ponto para cinema. Valor: nenhum”.

Quando escrevi esta nossa conversa, o pleito ainda começava, por isso, não sei no que deu, mas desconfio. Semanas atrás, num salão de barbeiro em Sorocaba, o assunto, entre uma navalhada e outra, era um só: sujeito metido a bidu (Vixe! Ainda se usa isso?) registrou em cartório duas previsões – avião da segunda empresa aérea do País vai cair e o Alckmin ganhará a eleição (Acidentes acontecem e se em outro cartório ele cravou o Lulla? Acertar na mosca é fácil: “O povo perderá a eleição”).

O jornalista Luís Perez, da Interpress Motor, garimpou estas jóias de cantadas disparadas por visitantes às recepcionistas do “Salão do Automóvel”, que acabou domingo:

Em baixa:

“O que esse bombom faz fora da caixa?”

“A química de um olhar vale mais do que mil palavras”

“Empresta teu celular? Quero ligar para a minha mãe e contar que conheci a mulher da minha vida.”

“Se eu comprar essa máquina, a que está ao lado vem junto?”.

“Qual é o preço do carro? E o seu?”

Em alta:

“Não sei se fico com você ou com suas palavras”

“Olha, eu sei fazer uma escova progressiva ótima.” (Dizem que essa foi de um cabeleireiro…)

“A que horas a cintura e a barra vão se encontrar?”

“Seus pés não doem de tanto você ficar em pé?”

“É admirável você saber tanto sobre automóveis!”:

Falar do cabelo dela ou de algo que tenha a ver com o seu universo. Fazer uma observação bem-humorada que a faça sorrir. Demonstrar alguma preocupação — com o cansaço dela, por exemplo. Levar flores. (Opa! Só se nada tiver dado certo e caso você tenha certeza de que a recepcionista é sua alma gêmea. Mais: só vale se apenas um receber flores.)

E as cantadas que não levam a lugar nenhum:

“Esse carro me faz chegar mais rápido ao seu coração?”

“Em que portão de embarque eu pego esse avião?”

“Se beleza desse cadeia, você pegaria prisão perpétua.”

“Seu pai é feirante? Porque você é um chuchuzinho!”

“Se Deus tivesse portfólio do trabalho d’Ele, você estaria na capa.”

“Achei que o salão fosse do automóvel, não do avião.”

“Sei que te conheço de algum lugar. Dos meus sonhos!”

Pregado no poste: “É que há oito milhões de eleitores analfabetos”

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