Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2007Crônicas

Ponte Preta de Desportos

(O Dicionário Houaiss diz que ‘Timão’ é a “adriça do penol da verga grande do caíque”. O Corinthians sumiu até do dicionário.)

Depois que o Guarani jogou com camisa rubi e a do Palmeias virou verde-nenê, vale tudo. Alguém se lembra da cor da camisa do glorioso Esporte Clube Mogiana? Até o Renato Otranto se esqueceu. Ele sabe, vagamente, que teve um boné com as cores e o distintivo do Mogiana: “Mas levaram para cobrir a arquibancada e nunca mais me devolveram…” Ele diz que a do Campinas é um “azul bonito”, mais que o do Marília, do São Bento de Sorocaba, do São Caetano e da Lazio.

“Agora, você me pegou!”, exclamou o antiquário Udine La Serra. Puts! Se nem antiquário sabe… O Renato Maudonet, ao lado do Udine, acredita que a jaqueta do Mogiana era tricolor, como a do São Paulo. Eu tinha certeza de que era roxa e alaranjada. Ou essa era do Jabaquara?  (Jaqueta é bom, né? Por que não, colete?)

Outro dia, apareceu na televisão um fato inesperado. Quem diria, o autor da famosa “jaqueta canarinha”, a mais vestida no mundo inteiro, é brasileiro, claro, mas torce pelo Uruguai, da celeste olímpica. Quando desenhou a dita cuja, em 1953, depois da tragédia do Maracanã, em 1950, ele pensou que sua criação não passaria da copa da Suíça, em 1954, tamanho o fracasso. Afinal, como dar a um brasileiro, torcedor do Uruguai, a missão de fazer a nova camiseta, logo depois da perda da Copa para o Uruguai, em casa? O criador do mais cultuado símbolo nacional é Aldyr Schlee, gaúcho de Jaguarão, a 200 metros do… Uruguai.

Na Suécia, a “canarinho”, assim batizada pelo narrador Geraldo José de Almeida, perpetuou a redenção do “país do futebol”.

Você, torcedor da Ponte Preta, não vá se gabando, não. Está aí a dona Rose Marie Affonso Madeira, neta ou bisneta de um dos fundadores da “Nega Véia”. Ela tem a ata da reunião que decidiu as cores do uniforme da Veterana – tão antiga, que não tinha contra quem jogar e é Veterana desde a fundação… (A Ponte, não dona Rose). Ela conta que seu ancestral, José Aquino Affonso, português da gema e da clara, pintou a camisa de Verde, Vermelho e Preto: “Verde e vermelho tirados da bandeira de Portugal. Onze anos depois, o verde do Guarani foi tirado da bandeira da Ponte e ninguém viu…”

Pregado no poste: “Com Leonel, o Guarani é verde e limpo”

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