Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002

Parabéns a vocês

Reconheço: não é fácil me agüentar. Volta e meia, até aquela santa que mora aqui em casa fala isso. Prometo melhorar, e agradeço a todos pela paciência de me agüentar neste espaço do seu jornal há dez anos. Prometo, também, pedir aos diretores do tal “Guiness, o livro dos recordes”, entregar a cada leitor do nosso Correio um certificado de “leitor mais paciente do mundo”. “Eles merecem”, diz aquela santa, bisbilhotando enquanto escrevo.
Foi no sábado, 20 de abril de 1991, que tudo começou, lá na página 2. Começava assim: “Você gosta desta cidade? Você ainda consegue gostar desta cidade, apesar do lixo, da sujeira, do abandono, da decadência? Mas quem tem mais de 40 anos deve lembrar-se de que Campinas já foi uma cidade muito diferente disso que fizeram com ela…”.
Depois, ‘demos uma volta’ no bonde do Botafogo, o “9”, com a boa companhia do cobrador, seo Vignatti, desde a porta do “Culto à Ciência” até a General Osório. O “passeio” terminou com um desafio para quem gosta – mesmo – de Campinas. Dez perguntas:
1. O nome da onça do Bosque dos Jequitibás nos anos 50s.
2. Nome do famoso bar da esquina da General Osório com a Barão
de Jaguara.
3. O número do bonde do Bonfim.
4. Onde ficava o bairro do Furazóio?
5. Nome do estádio do Esporte Clube Mogiana.
6. Nome da dona da “casa” mais famosa antes da fundação do
Jardim Itatinga.
7. Nome do cinema onde hoje está o Jequitibá.
8. Que prefeito mandou demolir o Teatro Municipal?
9. Mãe de que jogador da Ponte rogou praga contra a “Macaca”?
10. Que colégio tinha a fanfarra mais famosa?
O texto, devidamente datilografado, era colocado num envelope e enviado à redação pelos Correios e Telégrafos uma semana antes (eles continuam lentos como há dez anos), aos cuidados do editor-chefe Wilson Marini, que inventou que este repórter é cronista. Hoje, vai pela Internet, porque acabaram com as máquinas de escrever.
Obrigado a todos, parabéns por me agüentar e me desculpem pela amolação.
Pregado no poste: “Naquele tempo não tinha pregado no poste.”

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