Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002

Para a máfia e para todos

O professor de Economia Antônio Vicente Golfetto é daqueles mestres que acreditam em duas máximas: há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que julga nossa vã filosofia e, embora a economia seja a base da porcaria (basta olhar para o Brasil), é melhor que a filosofia seja a base da economia. Assim, ele descobriu que de todas as festas celebradas pelo comércio, a do Dia dos Pais já é a que rende menos – para o comércio e para os pais. Que realidade se esconde atrás disso? O pai está deixando de ser o chefe da família; é grande o número de lares sem o “homem da casa” e maior ainda a quantidade de filhos (e esposas) abandonadas por esse “homem”.
Um de seus hábitos é anotar observações sobre o que não está escrito nos livros, o que não foi dito num filme, o que a notícia do jornal não revelou ou o que está por trás das estatísticas e os números não mostram. De tanto estudar a ação da máfia, nestes tempos de economia globalizada, digo, de crime organizado, ele acabou observando alguns princípios que norteiam a cosa-nostra:
1. Abra a boca e a carteira com cautela.
2. O silêncio não comete erros.
3. Nenhum crédito vale tanto quanto o dinheiro vivo.
4. A melhor proteção é ficar fora do alcance do perigo.
5. A fama precede o homem.
6. Quando você se zangar, abra os olhos e feche a boca.
7. Fica muito mais fácil perdoar uma pessoa depois de acertar as contas com ela.
8. Para enganar um inimigo, finja que o teme.
9. Dissabores sempre entram pela porta que lhes foi aberta.
10. Depois da vitória, afie a faca.
11. Acredite no homem, não no juramento dele.
12. Nunca faça um inimigo sem necessidade. Não existe inimigo inofensivo.
13. A mulher de um descuidado é quase viúva.
14. De vez em quando, agüente um idiota. Você pode descobrir algo de valor, mas nunca discuta com ele.
15. Se você permitir que seus amigos ou seus inimigos se sintam iguais a você, eles imediatamente se sentirão superiores.
E concluiu: “Aprende-se muito de política e de negócios, quando se estuda a máfia…”.
Pregado no poste: “A CPI do narcotráfico acabou em pó?”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *