Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2001Crônicas

Pantera cor de peixe?

No tempo da ditadura, dava cadeia, tortura e morte. Hoje, ninguém vai chiar se falarem que o apelido da Escola de Cadetes é “Pantera cor-de-rosa”, — homenagem e gozação com a personagem consagrada por Peter Sellers. Tudo porque, “afinal de contas, a sede da Fazenda Chapadão era cor-de-rosa, ora bolas!”, exclama a repórter Teresa Costa, terror dos medíocres. Mas agora decidiram pintar a EsPCex de cor de salmão. Só queria saber onde encontraram óleo de baleia para misturar à tinta. Os ecologistas vão adorar saber disso.

A Teresa tem uma história e eu, duas, para contar. Primeiro as damas:

“Era o mais antigo dos grandes solares, erguido por Joaquim José Teixeira Nogueira, em 1798, quando estas Campinas tinham ainda 24 anos. Serviu de sede para o Engenho Fazenda Chapadão, um dos primeiros lugares onde se fez açúcar por estas bandas.  O casario dos colonos, que hoje abriga a Polícia do Exército, ainda está lá. Em 1869, como fazenda de café, pertenceu ao Barão de Itapura, da família Aranha. Em 1942, o Exército comprou tudo da família do Otaviano Alves de Lima de Filho, cujo pai levou o café para a Rússia dos czares.” A Teresa conta essa história em parceria com o mestre Celso Maria de Mello Pupo. Letra dele, caligrafia dela. Bela dupla.

Minha primeira história é uma parceria com o jornalista Renato Otranto (que nunca torceu para o Guarani e nem vê nesta história maldade alguma): “Contam que a Escola de Cadetes e o campo da Ponte foram construídos na mesma época. Como todo mundo sabe, foi a torcida que ergueu o estádio da Macaca. (Foram, mesmo. Você não se lembra, Renato?) E grande parte dos tijolos foi roubada, digo, doada, pelo Exército.” Pra mim isso é inveja da (bela) história da Ponte espalhada por bugrinos.

E para terminar, uma história em parceria com outro jornalista, o querido Walter Bellenzani. Fala ‘Vartão’: “Maria Batalhão e sua fiel escudeira Manquinha não eram vistas como ‘flores dos melhores jardins’, nas Campinas de quarenta anos atrás. Mas gostavam de ornamentar e alegrar as guaritas dos solitários recrutas da Escola de Cadetes. Daí o ‘Batalhão’, a que ela respondia com rimas, ainda que pobres: “Dinheiro na mão, calça no chão”.

Pregado no poste: “Festa junina de político tem quadrilha?”

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