Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2009Crônicas

Ousada e usado

É tudo uma questão de traquejo. E nesse quesito, as mulheres são “quatro paus”, como dizia a avó da minha irmã.

Foi por pouco. Semana passada, em Piracicaba (conhece essa cidade?), uma mulher e seu companheiro de lutas passeavam, quando a polícia desconfiou porque, digamos, ela não é alta nem baixa, mas é com bustão. Ao ver que a policial ia tocá-la, rápida no gatilho, arrancou o sutiã e jogou sua touca de gêmeos no matagal ali perto. Se o pó virasse poeira, ela teria escapado ao flagra.

A mulher com bustão levava material altamente explosivo em seu seio (ó liberdade perdida…) – 50 gramas de crack bruto. Para não perder a vigem, o marido, solidário que só ele, também foi em cana. Tudo bem, afinal a cana de Piracicaba tem fama de ser a melhor do Brasil. (Ai Tatu, Tatuzinho… Me abre a garrafa e  me dá um pouquinho…)

Pior foi aquele cupincha do José Genoino, o José Adalberto Vieira da Silva, assessor jurídico do irmão do caubói do Araguaia e então secretário de organização do Diretório estadual do PT do Ceará. Esse é aquele que levava dólares na cueca. Entre a mala de mão e a outra mala acumulava 100 mil dólares e 200 mil reais. Tão lerdo, nem pensou em arrancar a cueca, Consta que quando a polícia pegou, ele não fez nas calças – nem na cueca, só para justificar que não se tratava de dinheiro sujo. Mas entrou para a história.

A última aconteceu na manhã de quinta-feira, mas esta tem pedigree. A magnífica atriz Cláudia Ohana, saiu do mar e os fotógrafos, claro, não esperavam a cena, executada com a naturalidade das descoladas. Vestiu uma saia longa, estampada, mas não justa (uma graça), e por debaixo dos panos, tirou a calcinha do biquíni. Refestelou-se numa cadeira à sombra e ficou a girar o biquíni no polegar. Turistas estrangeiros aplaudiram. Você aplaudiria?

Há uns trinta anos, ela iria presa por atentado ao pudor. Seria aplaudida, mas a polícia ia tomar uma vaia…

Pregado no poste: “Diga não aos políticos”

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