Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2000Crônicas

Onde é Salto d’Itá?

Cuidado! Paul Hoffman, respeitadíssimo ex-presidente da conceituadíssima “Encyclopaedia Britannica”, promete para breve uma biografia definitiva do nosso Alberto Santos Dumont. Ele também é daqueles que não aceitam com facilidade o pioneirismo dos irmãos Wright e há anos pesquisa, como manda o figurino, a vida do Pai da Aviação. Hoffman está mais interessado na história riquíssima de Santos Dumont do que na disputa bairrista para saber quem foi o primeiro a voar.

Tomara que seja uma obra séria, bem trabalhada, que tenha um pouco mais de atenção com a pesquisa do que, por exemplo, a atenção dispensada pela “Encyclopaedia” quando trata do verbete “Campinas”. Um horror. Para começo de conversa, os dados da “Britannica” na Internet sobre nossa cidade – aliás, onde Santos Dumont estudou e lançou a pedra fundamental do monumento ao Carlos Gomes – são de vinte anos atrás. Uma desatualização imperdoável numa publicação tão badalada sobre uma cidade tão importante para o mundo. O Brasil pode não ser, mas Campinas é…

Está lá que esta cidade, no século 19, foi o mais importante centro comercial do Estado de São Paulo. Depois, a “Encyclopaedia” dispara: “Embora ultrapassada mais tarde, por São Paulo e Santos, ainda é (?!) importante produtora de café, citros, cana-de-açúcar” e… e… “cacau.” !!!! Ó xente, bichin, mas nem os baianos produzem cacau em Campinas! Donde os “encyclopaedicos britannicos” tiraram isso? Mais: dizem que Campinas tem vários teatros! Seo Pagano, não foi o senhor nem seu estupendo secretário da Cultura que informaram a “Britannica” sobre nossa terra, não, né?

Ainda bem que ela fala do Instituto Agronômico, da Puccamp, da Unicamp, da Sinfônica, do Carlos “Gomez” (é, com z), de Viracopos… Mas termina indicando um ponto “pitoresco” chamado “Salto d’Itá, cinco milhas ao norte”. Onde fica isso, seo Pagano? Será que ela quis dizer Salto de Itu? A querida “Sarto” virou bairro de Campinas?

Pregado no poste: “Campinas pra inglês ver.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *