Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2008Crônicas

O preço

(Esta crônica deve ser guardada e lida também em dia de eleição.)

Alerta alarmante da repórter Rose Guglielminetti, na edição de sábado do nosso “Correio Popular”:

“A Comissão de Constituição, Legalidade e Redação da Câmara Municipal enterrou mais um projeto de lei que traria transparência aos atos do poder público. É a quarta vez neste ano…” Aprovada, a lei obrigaria a Prefeitura a publicar os nomes de todos os servidores nomeados em cargos de confiança da administração indireta no Diário Oficial do Município.

Resumo da ópera: os representantes do povo proíbem o povo que os sustenta de saber quem o povo tem de pagar para trabalhar (?) sem concurso graças aos seus ‘padrinhos’.

No final do alerta, passou pela memória uma série de propagandas históricas, como esta, a primeira de inseticida feita no Brasil, em 1931: “É fatal aos insetos, mas inoffensivo ao genero humano. De uso fácil. Não mancha. Não confunda o Flit com outros insecticidas. Exija o soldadinho na lata amarela com a faixa preta. Pulverize Flit.”

Passou até este anúncio criado pela agência FCB, de Portugal, para o inseticida Raid, da Johnson&Johnson. O título diz: “Quando vemos uma barata, há pelo menos mais 10 escondidas.”.

Destes, muitos ainda se lembram “Detefon é que mata pulgas e mosquitos, moscas e baratas…” “Shellltox mata todos os insetos; todo inseto sabe disso, se não sabe é um suicida! Shelltox começa com ‘s’, saúde começa também.”. “E os passeios da barata pela casa vão ter fim… O dia inteiro, a traça passa, a roer, a roer; nesta festa, preciso pôr um fim; vou chamar DD Drim, DD Drim…”

Mais?: “Na sua casa tem barata? Não vou lá! Peço licença pra mandar Detefon no meu lugar!” SBP é terrível contra os insetos. Contra os insetos.” . Nas adjacências do Mercadão, um camelô marretava o dia inteiro: “Adrini mata barata mosca e rato.”

Conhece o ‘Inseticida Flux’? Pois é, ele “mata porque foi feito para matar” Este fica na cabeça: “Maful é Byaer e se é Bayer é bom! Maful!”

É que para a Rose, um nobre edil da egrégia tentou justificar: “O problema é que o autor quer enfiar goela abaixo. Ele não conversou conosco e propôs a idéia. Para que desgastar a Casa por conta dessa política barata?”. Pelo jeito, lá, não se faz política barata, só cara. E o povo paga na marra.

Pregado no poste: “Política barata não dá dinheiro?”

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