Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002Crônicas

O Dioguinho, quem diria!

Quer ver como você conhece o João Garcia? A Globo faz “Globo Repórter” toda sexta-feira, mas entre os melhores da história existe a alma desse caipira “bão pra mais da conta”.

Quem não se lembra daquele programa sobre a Piracema? E o das andorinhas percorrendo a rota do sol, das barrancas do Pólo Norte até aqui? (No Pólo Norte tem barranca, João? Se lá tiver caipira, decerto tem barranca…) Logo depois, o da Esquadrilha da Fumaça, com os cadetes da FAB, aqui de Pirassununga. Vai dizer que você já se esqueceu da cena incrível da bailarina Ana Botafogo dançando catira com outro caipira, em pleno Morro da Urca? Isso! Foi o Caminho da Roça, semente desse que, de tão bom, vai ao ar toda manhã de sábado na nossa EPTV. A gente aqui brinca com o João, dizendo “não confunda caminho da roça com carrinho da moça”… Ele nem tchum, sorriso manso, só na dele, como bom caipira.

Outro, obra-prima, maravilha do espetáculo, só passou na EPTV, conta a vida do seo Candinho, o Cândido Portinari. A Globo ainda não passou porque, diz a lenda, o doutor Roberto ficou extasiado e guardou a fita só pra ele. No começo deste ano, tive a ventura de ver antes de todo mundo o “Ouro de Kaffa”, sobre a história do café. Pensei que o do Portinari fosse o mais belo. Chorei de novo.

Dois domingos atrás, o nosso Rogério Verzignasse, caipira também, realizou dois sonhos: conheceu o João Garcia (ficou tão emocionado que o chamou de João Guedes a reportagem inteira) e entrevistou o João sobre o livro “Dioguinho – o matador dos punhos de renda”. João conta a história de Diogo da Rocha Figueira, capanga de fazendeiros da região de Ribeirão Preto. Sanguinário, impiedoso, só morreu depois de uma emboscada da polícia, maior que a da “volante” que matou Lampião e seu bando. Foi há 105 anos, nas margens do Mogi Guaçu, em São Simão, num lugar hoje chamado Luiz Antônio. Ficou a mística: o corpo do facínora (assim se chamavam os bandidos antigamente) nunca apareceu. Tanto que a cruz só marca a morte do irmão, baleado na mesma tocaia.

É um livraço. Está nas livrarias desde sexta-feira. E trás um segredo, que o João contou para o Rogério: o bandidão era homossexual. O Rogério até conta isso na reportagem, mas como ele gosta de brincar com a fama de Campinas, agora eu conto: Rogério e Dioguinho têm uma coisa em comum. Não é isso que você está pensando, não! É que os dois viveram em Cravinhos.

Pregado no poste: “Se Cristo vier a Campinas, vai se arrepender da ressurreição”

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