Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002

Novidade

Dona Izalene, confirmando nossa conversa de domingo, seus admiradores são gente muito ruim de serviço. Com um “lobby” desse a seu favor, adversários para quê? Recebi carta de alguém enfurecida(o) com o desabafo deste campineiro. Diz assim:
“Você quer jogar a senhora Izalene contra o povo de Campinas, contra a gente humilde que ela representa. Você deixou claro na sua crônica que a prefeita é ‘granfina, acendente’ de ricaços milionários, chamando ela de ‘alcaidessa’, como se ela fosse uma viscondessa ou baronesa. Fique você sabendo que ela é como nós do povo e não é filha de barões, como o senhor quis enganar o povo naquilo que escreveu nesse jornal. E tem mais, não é só aquela moça da limpeza que perdeu o emprego como você falou no jornal por causa do ônibus. A prefeita não pode colocar um fiscal em cada ônibus e se ela perdeu o ônibus a culpa é dos empresários que não põem mais ônibus nas linhas. Coisa que outros prefeitos nunca colocaram. O Jacó quis pôr o trem mas o Quércia não deixou. O senhor pare de falar mal da nossa prefeita.”
Prezada(o) missivista. Acho que vou contar a você uma novidade. Existe um livro chamado “dicionário”. Já ouviu falar? Também é chamado de “Aurélio”, “Pai dos burros” (Não é o seu caso, juro!) e outros, como o Houaiss, excelentes. Neles estão todas as palavras usadas na língua portuguesa, para que saibamos seus significados e sinônimos. Sabe o que é “sinônimo”? Procure no dicionário. Em primeiro lugar, não sei como ela possa ser “acendente” de ricaço, a menos que dona Izalene goste de pôr fogo nos tais ricaços. A senhora tem vontade, querida alcaida? (Você escreveu milhonário, com ‘lh’, depois riscou e escreveu certo.) Se você procurar no dicionário, verá que alcaidessa é sinônimo de prefeita, assim como alcaide é de prefeito. A prefeita também é uma alcaidina ou alcaida. Antes que você me escreva outra carta, reclamando com a “alcaida”, devo dizer que não chamei a prefeita de terrorista do bin Laden. Lá, a organização se chama “Al-Qaeda”. E alcaida não tem acento no “i”, porque a prefeita não é uma “alcaída”, como o senhor pensa. Trata-se de um ditongo e não de uma hiato, embora a cidade viva um hiato administrativo.
Em tempo: missivista é quem escreve cartas.
Pregado no poste: “Homem público é sinônimo de mulher pública?”

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