Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2001Crônicas

Nós na música

Sugestão para estudantes do curso de Música (será esse o nome?) da Unicamp ou da Puccamp: a imprensa como fonte de inspiração na música popular brasileira. Faz-se tanta tese sobre tantos temas, mas um dos que mais mexem com a gente no dia a dia é minguante na história. Hoje fica difícil alguém passar um dia inteiro sem ler pelo menos parte de alguma revista ou jornal, ouvir uma notícia no rádio ou saber pela a televisão. Sem falar na Internet. (Pensando bem, é bom não experimentar, porque do jeito que anda o mundo, esse alguém vai descobrir que é melhor passar o resto da vida sem notícia.).

Se alguém se interessar, pra começar, aí vão alguns rabiscos da memória, feitos na mesa do Pingüim por alguns jornalistas:

“E neste dia, então, vai dar na primeira edição, cena de sangue num bar da Avenida São João.” (‘Ronda’, insuperável, de Paulo Vanzolini).

“Quem lê tanta notícia? … Eu vou, sem lenço, sem documento, nada no bolso ou nas mãos…” (Caetano Veloso, falando de L (lenço) S (sem) D (documento) e a censura boiando…).

“Ele é o enviado, ele é o enviado, ele é o enviado especial…” (De quem?).

“Na hora da verdade, a solução: ‘Jornal da Tarde’” (Anúncio do ‘JT’, claro!).

“Olha ‘O Globo’ edição de domingo, lindo…” (Anúncio do jornal ‘O Globo’).

“Mas eu vou-me embora, vou ler meu ‘Pasquim’…” (Erasmo Carlos na voz da Dóris Monteiro. Onde canta a Dóris, agora?)

“Mandei um recado, pro meu namorado, nos classificados de um grande jornal.” (Joana).

“Ô Ibrahim, piu, piu; ô Ibrahim, piu, piu. Bota meu nome na coluna do jornal.” (Marchinha de Carnaval; de Lamartine Babo? Braguinha? De quem?).

“Olha ‘A Noite’; eu sou um pobre jornaleiro… (Voz de Wanderley Cardoso, mas letra de quem?)

“Abro o jornal, só para ler o calendário; você é de Peixes, por coincidência eu sou de Aquário…” (Agostinho dos Santos. E o autor?)

“’Revista do Rádio’, que toda semana eu espero; hei, jornaleiro! É essa que eu quero!” (Anúncio da ‘Revista do Rádio’. Quem se lembra dela?)

“O amor da gente não sai no jornal” (Chico Buarque de Hollanda)

Pregado no poste: “Não faz mal, não faz mal, limpa com jornal…”

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