Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2006Crônicas

Meu Deus!

Espanto da jornalista Carla Silva, aqui do Correio Popular: “Há mais de cinco anos repórter da área policial, já vi fatos de deixar qualquer um perplexo. Dia desses, um me indignou demais. Uma ‘vovó’ escondeu em sua casa quatro metralhadoras e farta munição — e alegou não saber de nada” (O Lulla também não…). “O arsenal era de quadrilha ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

A indiferença da senhora Francis Perón, até diante dos policiais, estarreceu. Primeiro, disse que as armas estavam no forro de sua casa; mas como não tem o hábito de freqüentá-lo, não sabe como foram parar ali. Depois, disse que são do filho mais velho, que está preso, mas que fora encontrada pelo filho caçula. Alegando nervosismo, Francis disse que tomou um susto quando encontrou tudo aquilo numa sacola, mas que num ato de ‘fazer as coisas corretamente’, ligou para o advogado para saber como proceder.

Lembro-me de que ela me disse, em tom irônico, que jamais poderia sair com as armas e entregá-las à polícia, por que já teve complicações com estelionato e poderia ser surpreendida novamente. Questionei de novo: pelo Estatuto do Desarmamento, ela poderia pedir uma requisição na polícia, preencher e entregar as armas sem problema. Mas a resposta estava na ponta da língua: ‘Imagina se a polícia me pega com essas armas! Como seria?’.

Infelizmente a indignação de Francis não era a mesma que a minha, pois se fosse, as armas não estariam guardadas na casa dela.”

Pregado no poste: “E a Capital do Primeiro Comando é Brasília?”

 

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