Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2010Crônicas

Melhor amigo do mundo

Se você atropelar uma pessoa e socorrê-la, vão aplaudi-lo; mas se você pegar um vira-lata, fuja, porque vão linchá-lo. Nem Freud explica a afeição recíproca entre esses dois bichos. Viu como Bob virou o queridinho de Campinas? Esses de raça sem raça são os mais queridos. Repare que há vários donos de cães com grife, mantidos no quintal, mas criam um dentro de casa, como xodó da família — um de exibição; outro, de estimação. E ai se o grandão rosnar pra o pequeno.

Se você tem filhos pequenos e gosta deles como do seu cão de estimação, corra a qualquer banca, compre a revista “National Geographic” com um vira-lata na capa. E leia a reportagem inteirinha até para os amiguinhos dos seus, como se narra uma historinha. O texto, primoroso como sempre, é do pai do Daniel, menino estimado, jamais mimado, filho do cientista Evaristo Miranda e da jornalista Liana John, moradores em Campinas, com  muita honra para esta cidade. Tão bem ele fala das peculiaridades desse animal, que no meio da conversa, a gente já pensa em ser um na outra encarnação – sim, porque o que o Evaristo sabe sobre o vira-lata prova que esse cachorro tem alma. E fique certo: quando morrer, nenhum irá para o inferno.

Por exemplo: “O agitar da cauda expressa a vida emocional dos cachorros, assim como nossas expressões faciais. O rabo é o ‘rosto’ do cão. Ele agita sua cauda mais para a direita na presença ou proximidade de seu dono e em situações de conforto. Balança mais para a esquerda quando está com medo, cauteloso ou apreensivo. Como diz a lenda, existem vira-latas tão inteligentes que são capazes de jogar pôquer. Mas jamais ganham porque quando têm um bom jogo… sempre balançam o rabo.”. Essa atitude é o símbolo da honestidade desse bicho: ele não consegue blefar!

(Já imaginou? Se fossem eleitos, nunca nos enganariam!)

Se der, entre no site da revista (ngbrasil.com.br). Lá o Evaristo conta mais algumas passagens que não couberam no texto. Ele teve um vira-lata que acompanhava sua equipe de cientistas pelo sertão. Às vezes, “cadê o cachorro?”. Era só seguir o mesmo caminho de volta e lá estava ele, vigiando algum instrumento que os pesquisadores deixaram cair.

Pregado no poste: “Bob para presidente!”

 

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