Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2004Crônicas

Mágicos

Não há explicação. Quem souber levará de brinde a obra completa do Zé Sarney, incluindo “Marimbondos de Fogo”, autografado, com direito a uma ferroada, para nunca se esquecer de que o que político fala não se escreve, não se ouve, não se vê, não se lê nem se crê. Ora, “Marimbondos de Fogo”! Nem seo José Mindlim tem isso em casa.

E por aí começa uma de minhas birras: como pode uma Academia Brasileira de Letras filiar Zé Sarney, Lira Tavares, Juscelino, tem até um assassino e torturador, Getúlio Vargas… Lula, por favor, não aceite o convite. É coisa de puxa-saco. Você não merece ir para a ABL. Já imaginou você imortal? Seremos 180 milhões de desempregados, meu! 180 milhões de desempregados no país governado (será?) pelo Partido dos Trabalhadores! Vá entender. Nem com Franz Kafka, na Casa Civil, e Ionesco, no Ministério da Cultura. Por falar em Cultura… Dona Izalene… Desculpe-me, bati na porta errada.

Outro fenômeno inexplicável: o lugar que guarda a maior fortuna de uma cidade e seu povo é, ao mesmo tempo, o mais seguro. Eu, pelo menos, nunca ouvir dizer que algum ladrão entrou numa biblioteca pública e roubou seus livros. Inexplicável, também, é aquela alienada que me ligou e ficou feliz da vida quando soube que o atentado na Espanha não feriu os Ronaldinhos. “Ai, que bom! Então, não tem problema nenhum!” Juro, tentei atirar, mas ela desligou antes.

Agora, vamos falar de gente boa, boníssima! Os médicos veterinários.        Quem gosta de animal não tem mau coração. Não falo daqueles que os pitebuls, rotevailers e parecidos às vezes matam, às vezes levam para passear. Falo dos médicos que cuidam de animais e, milagre!, conseguem curá-los. Por favor, me explique. Talvez, alguém da família do legendário doutor Sbrágia, que curou todos os cachorros que tive. Qual o segredo dele? Se bem me lembro, o doutor Sbrágia também cuidava dos bichos do Bosque dos Jequitibás – dos macacos, das araras, do pavão, das tartarugas, do tamanduá, das jaguatiricas, até de Nero, a onça, e dos veados. Nossa, como tinha veado lá no Bosque! Ouvi dizer que ainda está cheio. É verdade? Outro dia, o Roberto Godoy me contou que uma vez apareceu um, lá no antigo pronto-socorro do Samdu, ao lado do quartel dos bombeiros, e foi um custo… Deixe pra lá.

Qual o talento que Deus deu só para os veterinários, únicos médicos da face da Terra capazes de fazer o diagnóstico correto de seus pacientes, sem conversar com eles…

Pregado no poste: “O paço está cheio de ninguém”

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