Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002Crônicas

Livro, presente de amigo

Desta vez, a dona Myrtilla e a Maria Elisa Meirelles, as meninas da editora Mercado de Letras, vão alegrar o Natal de quem quiser se divertir com “Os humores da língua”, do Sírio Possenti. É uma agenda diferente, onde você está marcado para sorrir toda vez que registrar o seu dia-a-dia. Um exemplo? Revela bem os tempos de hoje: “Perto do Natal, Joãozinho resolveu escrever uma carta ao Papai Noel: ‘Fui ótimo garoto este ano, ajudei meu pai, minha mãe, até meu irmãozinho. Quero uma bicicleta’. Mas parou e pensou; ‘Ele não vai acreditar. Vou refazer a carta’. E escreveu; “Papai Noel, sei que não fui muito bom neste ano, mas acho que ainda mereço uma bicicleta’. Não satisfeito, joga a carta fora, vai ao Presépio, pega a imagem de Maria, coloca dentro do sapato e escreve: ‘Jeus, estou com sua mãe; se quiser vê-la inteira de novo, mande o Papai Noel me dar uma bicicleta’.”.

Livro é o melhor presente de Natal. Sempre. Eu daria para o meu querido padre Caran a obra de arte “Árvores Brasileiras”, do agrônomo Harri Lorenzi. Até o Alecrim de  Campinas está lá. Magnífico! Já os camelôs de Campinas merecem “Como vencer na vida sem fazer força”, nem pagar impostos. Com dedicatória da prefeita e amigos.

O Andinho vai dar para certos perueiros marginais a obra “Amigos, amigos; negócios à parte”. Cartolas e torcedores de todos os clubes de futebol do Brasil merecem ter na cabeceira “O futebol dos imbecis e os imbecis do futebol”, do Arapuã. Grande obra de uma grande figura.

Todos os políticos precisam ler “O homem duplicado”, do José Saramago. Serve para não ser um homem no palanque e outro no cargo. Os professores merecem o livro “Quem ama educa”, com dedicatória da querida mestra Célia Farjallat.

O secretário da Cultura e a diretora da Orquestra Sinfônica de Campinas vão (surpresa!) trocar presentes iguais – o livro “Diálogos criativos”. Tão criativos que um acabou comemorando o genocídio russo (sem anestesia nem licitação) e a outra mandou a orquestra tocar Ravel, na Semana de Carlos Gomes. Ano que vem, festejarão os 70 anos da chegada de Hitler ao poder, para ganhar “Ascenção e Queda do III Reich”, do Albert Speer.

O agrônomo, ecologista, marido da Liana John e pai do Daniel vai ganhar de todos os ambientalistas sérios “Você é insubstituível”.

E os moradores de Campinas, vítimas da tristeza que os sufoca desde 10 de setembro de 2001, presentearão os administradores desta infeliz cidade com a obra “Um dia de cão”.

Pregado no poste: “Feliz Natal”

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