Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2005Crônicas

Ladrões!

O J. Toledo e a repórter Carlota Cafiero estão numa cruzada pelas obras de arte do povo de Campinas levadas por bandidos. Veja o apelo do J. enviado ao mundo:

“Arte Roubada!

Como coisas aqui acontecem de modo insólito e sempre cercadas pela omissão geral, escrevo lembrando os leitores de roubos de patrimônio público ocorridos na cidade: uma pintura de Aldo Bonadei (1906-1974) e um Benedito Calixto (1853-1927) do Centro de Ciências, Letras e Artes e… dois Portinari! (1903-1962), do nosso Museu de Arte Contemporânea. Como falar em Cultura também implica diligências policiais, que tal reclamar pedindo providências? A Pintura de Benedicto Calixto, roubada do Centro de Ciências Letras e Artes, é ‘O descanso do Guerreiro’ — Óleo sobre tela (50 cm. X 79 cm) sem data. Com passepartout e moldura originais. A suave matéria apontando o sumiço dos dois Portinari saiu no ‘Correio Popular’ a 30-12-2003, com o título ‘Em busca das obras perdidas’, assinada pela repórter Carlota Cafiero. Nela, constata-se que, além dos dois Portinari, 60 outras obras desapareceram de lá.”

Diz a Carlota que algumas obras eram vistas em gabinetes do Palácio dos Jequitibás e depois… Enchentes também ajudaram no estrago. Também era comum vermos jardins de mansões ornamentadas com luminárias do Largo da Catedral, das escadarias do Teatro Municipal… Ainda bem que o majestoso (não é o campo da Ponte) lustre do Teatro foi salvo pela Escola de Cadetes. Vi lá no salão nobre.

Para ajudar a investigação e saber se mais nada foi roubado, segue uma singela listinha de monumentos públicos da cidade e onde estavam em 1974:

Monumento Bicentenário de Campinas – Largo das Andorinhas

Monumento a Campos Salles – no início da avenida

Placa de bronze indicando a casa aonde nasceu Campos Salles – edifício da esquina da avenida com Regente Feijó

Andorinhas em pleno vôo – jardim do Palácio dos Jequitibás

Estátua de Dom Barreto – Avenida da Saudade, na praça Dom Barreto

Bicentenário do Café – Largo do Pará

Estátua a Bento Quirino – Praça Bento Quirino

Monumento a Carlos Gomes – Praça Bento Quirino (não estranhe)

Busto de Carlos Gomes — Museu do Bosque dos Jequitibás

Placa indicando aonde nasceu o maestro – Regente Feijó, 1.251

Centenário da Imprensa Campineira – Francisco Glicério com Marechal Deodoro

Cinqüentenário da Imigração Japonesa – Praça Hideyo Noguchi, na frente do Campo do Mogiana. Importante: cercado de cerejeiras e um pinheiro

Monumento à Companhia Mogiana – Praça do Ferroviário, Rua Dr. Ricardo

Monumento aos Expedicionários da II Guerra – Dona Libânia com Orozimbo Maia

Fundação de Campinas – Praça Guilherme de Almeida (Largo do Rosário)

Heróis da Laguna – Praça 15 de Novembro

Monumento ao Imigrante – Praça Sant’Ana, em Sousas

Pira votiva a John Kennedy – Barão de Itapura com Nossa Senhora de Fátima (ainda não descobri o que ele fez por Campinas)

Estátua de Dom Nery – Largo da Catedral

Alecrim de Campinas – não foi roubado, mas assassinado na frente da Matriz

Monumento à Batalha de Venda Grande – Bairro dos Amarais

Mausoléo aos Voluntários de 32 – Entrada do Cemitério da Saudade

Placa com a imagem esculpida de Barreto Leme – Basílica do Carmo

Por pouco, teríamos a desonra de engolir monumentos a Stalin, Lênin, Mao, Fidel e a outros tão desclassificados quanto.

Pregado no poste: “Quem roubar este poste é a mulher do padre”

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